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Terça, 26 Março 2019 13:17

A microflora intestinal e o risco de obesidade e diabete Destaque

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Com o aumento crescente na incidência de obesidade e diabete, muito se tem pesquisado sobre a contribuição de outros fatores além da genética. Estudos recentes (últimos 6 anos) têm sugerido, a partir de experimentos realizados em animais, a importância da composição alterada assim como da diversidade da microbiota do intestino na predisposição à obesidade e diabete.

Em relação à microflora intestinal, é provável que a sua composição difira entre indivíduos magros e obesos. Nascemos com um tipo de microflora que tende a permanecer relativamente constante no decorrer da vida. Fatores como tipo de alimentação, doenças e o ambiente, entretanto, podem interferir na composição da flora.

A microflora intestinal é importante para facilitar a extração de calorias dos alimentos e posterior armazenamento no tecido adiposo. Pacientes com obesidade poderiam absorver de forma mais pronunciada os nutrientes após uma refeição em relação aos pacientes magros devido à composição alterada da flora intestinal.

Em um estudo realizado com ratos, aqueles criados convencionalmente ganharam mais massa gorda (40% a mais) em comparação aos camundongos criados sem a flora intestinal (criados em laboratório) mesmo sem aumento da ingestão calórica diária. O aumento na composição de gordura corporal foi associado ao aumento da resistência insulínica, síndrome metabólica e diabete melito.

Estudos avaliando o tratamento com antibióticos têm mostrado uma redução na incidência de diabete em ratos obesos suscetíveis, provavelmente por reduzir a inflamação gerada por determinados tipos de bactérias que levam ao dano das células do pâncreas (órgão que produz insulina).

Também, a administração de probióticos (microrganismos vivos não patogênicos com efeitos benéficos, por exemplo, os lactobacilos) a roedores levou à perda de peso sem redução do consumo calórico.

Importante salientar que não está claro se as diferenças encontradas entre a microflora de indivíduos magros x obesos são a causa ou a consequência da obesidade.

Além disso, permanece a dúvida se esse aumento na extração calórica é clinicamente relevante sobre o ganho de peso e, ainda, se a microflora é capaz de modificar de forma significativa o metabolismo energético em humanos.

Fonte: Impact of the gut microbiota on the development of obesity and type 2 diabetes mellitus. Front Microbiol. 2014 Apr 29;5:190.

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Lido 565 vezes Última modificação em Quarta, 27 Março 2019 11:28

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