O câncer de mama é o segundo tipo mais frequente de câncer no mundo e o mais comum entre as mulheres. Além disso, a maior causa de morte por câncer nos países em desenvolvimento como o Brasil.
No Brasil, depois do câncer de pele não melanoma, o câncer de mama responde por cerca de 25% dos novos casos de câncer a cada ano. Ainda no Brasil, em 2016, são esperados 57.960 casos novos de câncer de mama, com um risco estimado de 56,20 casos a cada 100 mil mulheres. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, esse tipo de câncer é o mais frequente nas mulheres da Região Sul do país.
Além dos fatores de risco clássicos, como envelhecimento, fatores relacionados à vida reprodutiva da mulher (mulheres que não tiveram filhos ou primeira gestação após os 30 anos), história familiar de câncer de mama e alta densidade do tecido mamário, fatores como o consumo excessivo de álcool, excesso de peso, sedentarismo e alimentação inadequada são considerados agentes potenciais para o desenvolvimento desse câncer.
A prática regular de atividade física e a alimentação saudável com a manutenção do peso corporal estão associadas a uma diminuição de aproximadamente 30% do risco de desenvolver câncer de mama.
Um maior índice de massa corporal (IMC) bem como o ganho de peso durante o climatério (período de transição para a menopausa) são considerados fatores de risco para o surgimento do câncer de mama.
Conforme estudos prévios, mulheres que apresentaram ganho de 10 kg ou mais após a menopausa tiveram um risco 1,18 vezes maior de câncer de mama quando comparadas àquelas que mantiveram seu peso normal.
Uma série de estudos sobre o risco de câncer de mama e o IMC mostrou que, para cada aumento em 5 kg/m² no IMC, um indicador de excesso de gordura geral, ocorreu um aumento de 12% no risco de câncer de mama em mulheres após a menopausa.
O mecanismo proposto para o aumento do risco nestas mulheres parece ser a inflamação crônica sistêmica, alterações hormonais e metabólicas, além do excesso de estrogênios endógenos oriundos do tecido adiposo.
Em relação ao aumento da circunferência da cintura e o risco de câncer de mama, uma revisão incluindo 15 estudos avaliou o risco de câncer tanto em mulheres na pré- como aquelas após a menopausa, levando em consideração também o IMC atual.
Esta revisão encontrou um aumento de 5% no risco de câncer de mama para cada aumento em 10 cm na circunferência da cintura para mulheres em idade reprodutiva e um aumento de 9% para aquelas na menopausa.
É provável que a circunferência abdominal seja um melhor preditor de risco de câncer de mama do que o IMC em si, tendo em vista ser a gordura visceral (ou abdominal) a principal fonte de marcadores inflamatórios e distúrbios hormonais responsáveis pelo surgimento do câncer.
Referências:
1.Inca 2016: http://www.inca.gov.br/estimativa/2016/estimativa-2016-v11.pdf
2.Adult weight change and risk of postmenopausal breast cancer. JAMA. 2006;296(2):193.
3.Weight change in adulthood and risk of postmenopausal breast cancer: the HUNT study of Norway.
4.Br J Cancer. 2013 Sep;109(5):1310-7. Epub 2013 Jul 23.
5. Central obesity and risks of pre- and postmenopausal breast cancer: a dose–response meta-analysis of prospective studies. Obes Rev. 2016 Nov;17(11):1167-1177
R. Dona Laura, 333/ 906, Moinhos de Vento - Porto Alegre/ RS | (51) 99600-2233 | contato@endocrinologistamilene.med.br