Para maior chance de obtenção de resultados positivos durante o processo de emagrecimento e de manutenção de um menor peso no longo prazo, mudanças comportamentais são imprescindíveis.
Nesse sentido, a terapia cognitivo-comportamental direcionada para a modificação dos padrões individuais de comportamento aumenta a probabilidade de êxito do tratamento.
Confira abaixo 5 dicas de mudanças no comportamento que ajudarão no controle do peso:
1. Aumento da atenção durante a refeição
Estima-se que aproximadamente 30% dos pacientes acima do peso subestimam o que comem, provavelmente por não prestarem atenção no que estão ingerindo.
Por isso, é importante reduzir os estímulos que geram distração, como assistir TV, ler jornal ou acessar mídias sociais, durante uma refeição.
2. Controle dos estímulos
O estímulo visual desempenha um papel importante na ativação da vontade de comer.
Portanto, evite passar por locais no mercado sabidamente repleto de alimentos pouco saudáveis.
Além disso, planejar-se é essencial durante o processo de emagrecimento. Então, faça uma lista de compras e evite fazer compras antes das refeições, pois a fome aumenta nossa probabilidade de fazer escolhas menos saudáveis.
3. Evite pensamentos dicotômicos
Muitos pacientes acreditam que o sucesso do tratamento resume-se à redução absoluta do peso. Por isso, encaram o tratamento como “tudo ou nada”, ou seja, ou sigo a dieta 100% ou, já que escapei um dia, tudo está perdido e portanto, como falhei uma vez, melhor abandonar.
Quem me conhece sabe o quanto ressalto que o peso é uma consequência de um conjunto de mudanças instituídas (dietéticas, comportamentais e de estilo de vida) que vão invariavelmente levar a uma redução do peso.
O foco do emagrecimento tem que ser a mudança de hábitos e não a balança em si, embora esta seja uma ferramenta auxiliar do processo como um todo.
O processo de mudança comportamental consiste em um continnum de autocontrole, existindo categorias intermediárias que precisam ser consideradas e mantidas.
4. Evite pensamentos disfuncionais, como a desqualificação do positivo
Trata-se de uma distorção cognitiva em que o paciente enxerga apenas os aspectos negativos do seu comportamento. Exemplo: O paciente conseguiu manter o plano alimentar saudável na maioria dos dias da semana mas sente-se frustrado por não ter conseguido segui-lo por toda a semana.
Essa tendência em não valorizar melhoras graduais contribui para o desenvolvimento da baixa autoestima, uma vez que o paciente considera suas conquistas sempre insuficientes.
Esse comportamento pode contribuir para o abandono do tratamento pois o paciente não consegue perceber a evolução do seu quadro.
Portanto, valorize as pequenas conquistas diárias e procure ver o tratamento como um processo contínuo de aquisição de habilidades para o autocontrole.
5. Elabore metas factíveis que causem melhora significativa da saúde em geral
Muitos pacientes, sobretudo mulheres e pacientes jovens, desejam alcançar um peso muito abaixo do que precisariam, na maioria das vezes, por questões estéticas.
O desejo por metas difíceis de serem atingidas aumenta o sentimento de ansiedade e o risco de frustrações.
Dessa forma, é importante estabelecer com o médico e/ou nutricionista metas realistas que tenham impacto sobre a saúde em geral, como uma perda de pelo menos 10% do peso inicial.
Uma vez atingida esta meta inicial, pode-se então prosseguir com metas mais estreitas de acordo com a vontade do paciente.
Referência:
1. Importância de medidas cognitivo-comportamentais no tratamento da obesidade. Tratamento não farmacológico da obesidade e de suas comorbidades. Tratado de Obesidade 2ª edição, 2018.
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