(51) 99600-2233   |      contato@endocrinologistamilene.med.br   |   

Artigos

Tanto quanto a epidemia de obesidade, tem crescido o número de indivíduos com privação crônica de sono. De acordo com os resultados de uma pesquisa nacional, cerca de 60% dos brasileiros dormem entre 4 a 6 horas e 75% reconhecem que estão privados de sono. Apesar de variações na definição, considera-se como adequado, para adultos, entre 6 a 9 horas diárias de sono.Inúmeros estudos observacionais têm descrito uma relação entre ganho de peso com menor duração do sono e também com um sono de qualidade ruim.O indivíduo que dorme pouco apresenta aumento da fome e da vontade por alimentos densamente calóricos, como aqueles ricos em açúcar e gordura, em decorrência da redução dos níveis de leptina e aumento dos níveis de grelina. Além das alterações hormonais, alguns estudos têm sugerido que a privação do sono estimula o centro de recompensa no córtex frontal, fazendo com que o indivíduo sinta mais prazer quando em contato com determinado alimento e, consequentemente, menor controle sobre a ingestão alimentar.Além disso, permancer mais tempo acordado facilita a busca pelo alimento, o que também contribui para o aumento da ingestão calórica.Ainda, dormir pouco bem como ter um sono fragmentado aumenta a sensação de cansaço e indisposição, reduzindo a probabilidade de o indivíduo engajar-se em atividades que aumentem o gasto calórico, como o exercício físico programado e as atividades de lazer.As alterações hormonais identificadas em indivíduos com…
Compartilhe nas redes sociais:
Sabemos que a obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura em decorrência de um desequilíbrio entre o consumo e o gasto calórico em indivíduos geneticamente predispostos. Nesse sentido, o tratamento tem por objetivo favorecer um balanço energético negativo por meio de uma restrição na ingestão calórica associada a um aumento do gasto energético. Acontece que a restrição alimentar aumenta a sensação de fome, podendo comprometer os resultados de perda de peso no longo prazo.Por isso, estratégias que possam auxiliar no controle da fome, saciação e saciedade através da modulação da densidade energética e do volume dos alimentos, têm sido estudadas.Primeiramente, a densidade energética corresponde à quantidade de energia contida em determinado alimento, expressa como calorias por grama (kcal/g). Por exemplo, a gordura aumenta mais a densidade energética de um alimento (9 kcal por grama) do que o carboidrato e a proteína (4 kcal/grama). Já a água e as fibras reduzem a densidade energética mas aumentam o volume total do alimento.Além disso, quando falamos em regulação do apetite, dois conceitos são importantes: saciação e saciedade.Saciação refere-se ao tempo entre o comer e o sentir-se satisfeito. A saciação ocorre em decorrência do enchimento e distensão das paredes do estômago após ingerir determinado alimento ou uma refeição. Já a saciedade é definida como o intervalo entre acabar de comer e voltar a sentir fome, como ilustrado na figura abaixo.Indivíduos…
Compartilhe nas redes sociais:
Quinta, 11 Outubro 2018 14:57

A teoria do set-point no controle do peso

O peso corporal é mantido em um nível relativamente estável através do equilíbrio dinâmico entre a ingestão e o gasto calórico.Em relação à ingestão alimentar, comemos conforme as necessidades metabólicas do organismo (comer homeostático) e por questões emocionais, comportamentais e cognitivas (comer hedônico ou emocional). O comer hedônico refere-se às influências de fatores cognitivos e emocionais relacionados à recompensa com a comida. Nesse sentido, de acordo com o ambiente, o comer hedônico pode exceder o comer homeostático, levando o indivíduo a comer além do estritamente necessário.A teoria do set-point foi desenvolvida para tentar explicar as mudanças no peso em indivíduos submetidos à mesma ingestão calórica. De acordo com esta teoria, o indivíduo possui mecanismos de adaptação na eficiência energética dos processos metabólicos, tornando-os mais ou menos dispendiosos, conforme necessário, para manter os depósitos de gordura e o peso corporal.Como exemplo, em um ambiente onde há livre acesso a alimentos palatáveis e densamente energéticos, como os alimentos ultraprocessados, o consumo além das necessidades metabólicas ativará os mecanismos que aumentam o gasto calórico do indivíduo (ajuste do set-point) de forma a manter o seu peso corporal relativamente estável.Já indivíduos que apresentam falha na ativação em algum destes mecanismos compensatórios ganharão peso mediante a mesma ingestão calórica, estabelecendo assim um novo set-point maior.Dada a importância do armazenamento de energia para sobrevivência e capacidade reprodutiva para nossos antecessores há milhões de anos em que…
Compartilhe nas redes sociais:
Terça, 11 Setembro 2018 14:56

O peso da balança

Acompanho muitos pacientes que desejam emagrecer, mudar de vida em busca de saúde e leveza. Alguns motivados pela saúde, outros pela pressão da estética ou até mesmo por algum evento importante em suas vidas, tais como: casamento, formatura, etc. Mas o que chama a atenção são os fatores motivacionais que impulsionam a tomada de decisão, o que desacomoda e mobiliza o desejo de sair deste lugar, de onde se está.Independentemente do motivo, compreendo que este caminho começa pela balança. Antes mesmo de tomar a decisão de iniciar o tratamento, seja ele qual for e, não pretendo abordar aqui a eficácia de nenhum método de emagrecimento, o paciente se depara com a balança. É comum, inclusive, ouvirmos frases do tipo, “brigo com a balança deste sempre”, “tenho uma batalha travada com a balança”, “tenho medo de me pesar”. Essas e outras afirmações me fazem acompanhar o sofrimento que é essa relação entre o peso e a balança.No início do tratamento, a balança serve como norteador para direcionar a conduta médica e nutricional mais apropriada, de acordo com as necessidades de cada um. Serve também para orientação daqueles que nem sabem o excesso de peso que têm. Que há anos já não se pesam, pois no fundo sabem ou imaginam sua condição, mas tudo tem seu tempo de ser encarado. Muitos são os pacientes que recebo e que não fazem ideia do…
Compartilhe nas redes sociais:
A auto-imagem corporal corresponde à percepção do indivíduo quanto ao tamanho e às suas formas corporais associada aos sentimentos de que essa representação possa ocasionar. De forma sucinta, representa a relação entre o corpo e os processos cognitivos como crenças, valores e atitudes individuais, que podem ser influenciados pela mídia, pais e amigos.A correta percepção da imagem corporal na adolescência é um tema de suma importância tendo em vista que esta é uma fase de transição, com mudanças corporais constantes, em que os adolescentes se tornam mais vulneráveis às influências externas.A distorção da auto-imagem nesta fase da vida está associada a um maior risco de distúrbios de humor, como depressão e ansiedade, e transtornos alimentares, como anorexia, bulimia e compulsão alimentar.Conforme alguns estudos, as taxas de insatisfação com a imagem corporal nessa faixa etária alcançam cifras tão altas quanto 70%, sobretudo entre meninas e indivíduos acima do peso. Meninas adolescentes insatisfeitas com seu peso apresentam um risco 4 vezes maior de transtornos alimentares, de acordo com um trabalho americano.O estudo sobre a auto-imagem corporal publicado recentemente, no qual sou uma das autoras, teve como objetivo avaliar o grau de concordância entre o estado nutricional e a auto-imagem entre adolescentes brasileiros. Foram incluídos jovens entre 12 e 17 anos de idade participando do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (“ERICA”), um estudo nacional que coletou dados de várias cidades brasileiras totalizando…
Compartilhe nas redes sociais:
Pagina 9 de 27

  R. Dona Laura, 333/ 906, Moinhos de Vento - Porto Alegre/ RS  |     (51) 99600-2233  |    contato@endocrinologistamilene.med.br

© 2024 Dra. Milene Moehlecke. Desenvolvido por Informatiza Soluções Empresariais em parceria com a Agência Digital Public