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A obesidade é a condição médica mais comum em mulheres em idade reprodutiva. Além disso, cerca de 50 a 60% das mulheres com excesso de peso ganham acima das recomendações atuais durante a gestação.

Tanto a obesidade antes da gestação quanto o ganho excessivo de peso durante a gestação acarretam implicações adversas para o binômio mãe-bebê.

Evidências robustas na literatura sugerem uma relação linear entre o grau de obesidade com o peso do recém-nascido. Bebês muito grandes (peso acima do percentil 90 para a idade gestacional) ou pesando mais do que 4 kg ao nascimento apresentam maior predisposição à obesidade na infância, adolescência e na vida adulta. Ter um pai obeso aumenta o risco de obesidade no bebê em 2 a 3 vezes a até 15 vezes mais se ambos os pais forem obesos. A obesidade materna pode alterar a epigenética intraútero do bebê, de forma a induzir mudanças permanentes nas rotas metabólicas fetais e portanto aumentando o risco de obesidade e as comorbidades associadas (hipertensão arterial, diabetes tipo 2, doença cardiovascular) na infância e na vida adulta.

Além disso, gestantes obesas apresentam elevado risco de terem bebês com anormalidades congênitas, incluindo má formação cardíaca, defeitos orofaciais, redução de membros, dentre outros. Os estudos sugerem que o risco de defeitos congênitos seja proporcional ao grau de obesidade materna.

Outra preocupação importante refere-se ao risco elevado de asfixia periparto, sofrimento e morte fetal. De acordo com uma revisão que avaliou o risco de desfechos fetais em gestantes obesas, existe um aumento no risco de sofrimento fetal e morte entre 16 a 20% conforme o grau de obesidade. Mesmo após reanálises destes resultados excluindo-se os potenciais fatores confundidores, como mães com diabetes e hipertensão, persiste o maior risco destas complicações em gestantes obesas. Novamente aqui, é provável que o risco seja proporcional ao grau da obesidade.

Por fim, a obesidade aumenta o risco de parto prematuro, sobretudo devido às complicações da obesidade durante a gestação, tais como pré-eclâmpsia e diabetes.

Confira abaixo as principais repercussões fetais da obesidade durante a gestação:

Mortalidade intra-uterina e perinatal elevada
Maior risco de parto prematuro (parto com menos do que 37 semanas)
Anomalias congênitas
Recém-nascido grande para a idade gestacional (acima do percentil 90)
Recém-nascido macrossômico (peso ao nascimento maior ou igual a 4 kg)

Fontes:

Obesity and pregnancy: mechanisms of short term and long term adverse consequences for mother and child. BMJ 2017 Feb 8;356
Maternal overweight and obesity and the risk of congenital anomalies: a systematic review and meta-analysis. JAMA 2009; 301: 636
Maternal body mass index and the risk of fetal death, stillbirth, and infant death: a systematic review and meta-analysis. JAMA 2014; 311:1536.

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Devido à dificuldade em manter uma restrição dietética continuada para perda de peso, tem-se popularizado a prática do “jejum intermitente”, caracterizado por períodos de restrição calórica significativa (dieta de aproximadamente 500 kcal ou 25% do total de calorias por dia) durante 1 a 4 dias por semana alternando com períodos de ingestão alimentar sem restrição.

A restrição calórica intermitente tem sido promovida como potencialmente superior à restrição calórica contínua sob a crença de que é mais fácil restringir calorias apenas alguns dias da semana.

Os efeitos desta restrição periódica tem sido avaliados recentemente em humanos em estudos de curta duração com achados de melhora do perfil lipídico, pressão arterial e da sensibilidade insulínica (mecanismo do diabetes tipo 2).

Entretanto, os efeitos em longo prazo permanecem desconhecidos.

Para avaliar o efeito da restrição calórica intermitente em relação a uma dieta hipocalórica convencional, um estudo foi conduzido nos EUA durante 1 ano (Fase de perda de peso (primeiros 6 meses) e Fase de manutenção (6 meses seguintes) em 100 indivíduos obesos.

Este é o primeiro estudo a avaliar os efeitos do “jejum intermitente” no longo prazo.

Surpreendentemente, ao contrário da crença vigente até então, os pacientes que fizeram uma restrição intermitente tiveram maiores taxas de abandono ao tratamento ao final de 1 ano.

Além disso, a restrição intermitente não foi superior à restrição continuada na perda de peso, nem na manutenção do peso perdido, tampouco nos marcadores de risco cardiovascular.

Entretanto, é possível que, para um grupo selecionado de pacientes, esta prática possa ser mais efetiva, porém faltam estudos para que tal prática seja amplamente recomendada como alternativa às dietas convencionais para perda de peso.

Fonte:

Effect of Alternate-Day Fasting on Weight Loss, Weight Maintenance, and Cardioprotection Among Metabolically Healthy Obese Adults A Randomized Clinical Trial. JAMA Intern Med. 2017

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Atualmente existem cerca de 250 espécies de canela, quatro das quais têm sido usadas como iguaria culinária. A canela verdadeira ou Cinnamomum verum/C. zeylanicum é uma árvore nativa do Sri Lanka. Já a canela cássia chinesa (Cinnamomum cassia) é uma das espécies mais amplamente disponível. A canela tem seu nome derivado de uma palavra grega que significa madeira doce, sendo obtida da parte interna da casca do tronco. É bastante utilizada na culinária como aromatizante e condimento assim como na preparação de certos tipos de chocolate e licores. Além disso, suplementos fitoterápicos à base de extrato de canela têm sido vendidos para tratamento da obesidade, diabetes e dislipidemia (aumento dos níveis de colesterol).

Mas quais são as bases fisiopatológicas para o seu uso?

No início dos anos 90, foram descritos efeitos benéficos da canela sobre a redução da glicemia e melhora do perfil lipídico em estudos com animais. A canela contém substâncias biologicamente ativas que atuam nas vias de sinalização insulínica, resultando em menor resistência à ação da insulina, mecanismo associado ao surgimento do diabetes. Além disso, propriedades anti-oxidantes e anti-inflamatórias têm sido descritas em estudos experimentais envolvendo células em laboratório e estudos em animais.

Mas em humanos, estes efeitos também são reprodutíveis?

No início dos anos 2000, um estudo realizado no Paquistão avaliando a suplementação da canela em pacientes com diabetes tipo 2 encontrou uma redução significativa dos níveis de glicose (entre 18 a 29%), triglicerídeos (23 a 30%), LDL (colesterol ruim) (7 a 27%) e colesterol total (12 a 26%) com o uso da canela em cápsula em três diferentes doses (1, 3 e 6 gramas). Vale lembrar que uma colher de chá de canela em pó contém aproximadamente 1,5 gramas de canela.

Estes resultados animadores infelizmente não foram reproduzidos em outras populações.

Nos últimos 10 anos, o efeito da suplementação da canela sobre a redução da glicose e/ou dos níveis lipídicos foi avaliado por diversas revisões sistemáticas*. Os estudos analisados foram todos de curta duração (a maioria de até 12 semanas), com um número pequeno de pacientes, com diferentes doses e preparações de canela. Os resultados são inconsistentes e não mostraram superioridade da canela em relação ao placebo sobre os níveis de glicemia e os componentes do colesterol (colesterol total, HDL, LDL e triglicerídeos).

Em todos os estudos publicados até o momento, os pacientes avaliados apresentaram diferenças importantes entre eles como idade, peso e etnia, dificultando dessa forma uma comparação dos resultados.

Além disso, muitas variáveis como hábitos e estilo de vida, uso de outras medicações durante a realização dos estudos podem ter enviesado os resultados.

Em relação à preparação da canela, diferentes estudos têm usado diferentes preparações de canela. Importante destacar que os estudos em humanos só utilizaram a Cinnamomum cassia (canela cássia chinesa) sendo que a Cinnamomum zeylanicum, que é a canela verdadeira, não foi testada em humanos.

Embora o composto ativo responsável pela redução da glicose não tenha sido caracterizado com certeza, é provável que o cinamaldeído seja o responsável pelo efeito hipoglicemiante. Ainda, a concentração de cinamaldeído varia entre as espécies e também conforme a formulação da canela.

Adicionalmente, variações no processo de fabricação também afetam a qualidade e a disponibilidade do composto ativo uma vez que estes suplementos não são regidos pelos mesmos padrões exigentes dos produtos farmacológicos convencionais.

E em relação ao uso da canela como substância termogênica?

Apesar de largamente difundido no meio leigo, não existe suporte científico que justifique o uso da canela para aumento do gasto energético.

*Revisão sistemática: tipo de estudo cujo objetivo é fazer uma revisão abrangente e não tendenciosa de todos os estudos publicados na literatura com o mesmo objetivo

Referências:

1. Cinnamon improves glucose and lipids of people with type 2 diabetes. Diabetes Care. 2003;26(12):3215–8.

2. Effect of Cinnamon on Glucose Control and Lipid Parameters. Diabetes Care 31:41–43, 2008

3. Cinnamon for diabetes mellitus. Cochrane Database Syst Rev. 2012;9

4. Cinnamon in glycaemic control: Systematic review and meta analysis. Clin Nutr. 2012;31(5):609–15.

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O cacau é uma fonte rica em flavonoides, que por sua vez, pertencem à família de polifenois, podendo ser encontrados naturalmente em vegetais, frutas (morango, damasco, uva, maçã, romãs), grãos e algumas bebidas como chá preto e chá verde. O chocolate em si contém quantidades variáveis de cacau, além da adição de açúcar, gordura, leite e outros aditivos. O chocolate amargo contém entre 50 a 85% de cacau em sua composição enquanto o chocolate ao leite entre 20 a 30%.

Uma gama de estudos têm mostrado que o consumo regular de alimentos ricos em flavonoides, incluindo chocolate amargo, está associado a uma série de efeitos benéficos, como: melhor controle da pressão arterial, melhora dos níveis de colesterol ruim e redução da resistência insulínica, fatores estes associados à redução do risco de doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2.

Estudo realizado na Itália descreveu uma relação inversa entre o consumo regular de chocolate amargo com o risco de infarto do miocárdio, com redução de risco de até 77% naqueles pacientes com maior consumo.

Ademais, uma revisão que incluiu 15 estudos publicados na literatura sobre os efeitos do chocolate mostrou que o consumo entre 30 a 1000 mg de flavonoides por dia (equivalente a 30 a 40 gramas de chocolate amargo contendo 50 a 70% de cacau) reduziu a pressão arterial em 2 a 3 mmHg em pacientes hipertensos e pré-hipertensos. Importante destacar que um declínio de apenas 5 mmHg na pressão sistólica pode reduzir em até 20% o risco de um evento cardiovascular num período de 5 anos.

Outra revisão que analisou 5 estudos e mais de 4.000 casos de pacientes que apresentaram AVC (acidente vascular cerebral) mostrou uma redução do risco no grupo de pacientes com consumo regular de chocolate amargo.

Conforme a Agência Europeia sobre Segurança Alimentar, o consumo de 200 mg de cacau por dia (equivalente a 10 gramas de chocolate amargo diariamente) melhora a função endotelial (fator associado à redução do risco cardiovascular).

Embora tenhamos que ter cautela na interpretação de tais estudos, pelo fato de que a maioria deles avaliou desfechos conforme o consumo de chocolate com diferentes concentrações de cacau, o consumo moderado de chocolate amargo, associado à uma alimentação saudável e à prática de atividade física parece estar associado a redução de vários fatores de risco para doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2 por meio de uma série de efeitos cardioprotetores, como redução do estresse oxidativo, inibição da agregação plaquetária, vasodilatação, aumento da sensibilidade insulínica, dentre outros.

Portanto, delicie-se, mas com moderação!

Fontes:

1. The mysterious light of dark chocolate. Arch Turk Soc Cardiol 2015;43(2):199-207

2. Does chocolate reduce blood pressure? A meta-analysis. Ried et al. BMC Medicine 2010, 8:39

3. Cardioprotective effects of cocoa: Clinical evidence from randomized clinical intervention trials in humans. Mol. Nutr. Food Res. 2013, 57, 936–947

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Define-se menopausa retrospectivamente após um período de 12 meses sem ciclos menstruais, ocorrendo naturalmente com uma média de idade de 51 anos.

Durante o período que antecede a menopausa e também nos anos que a sucedem, muitas mulheres podem apresentar sintomas variados, incluindo fogachos (calorões), secura vaginal, distúrbios de humor e do sono, fadiga e ganho de peso.

A menopausa tende a estar associada a um maior risco de ganho de peso, além da mudança na distribuição da gordura abdominal, em virtude da redução dos níveis de estrogênio circulantes neste período. Além disso, uma redução da taxa metabólica basal (que corresponde às necessidades calóricas diárias) ocorre em paralelo à redução da massa muscular que se torna mais pronunciada após os 50 anos.

Conforme estudos recentes, as mulheres que entram na menopausa tendem a ganhar em média 3 kg de gordura e 6 cm de circunferência abdominal, com uma redução variável da massa muscular. Tais mudanças predispõem ao maior ganho de peso na menopausa.

A terapia de reposição hormonal está indicada atualmente para mulheres abaixo de 60 anos ou que estejam na menopausa há menos de 10 anos e que apresentem sintomas vasomotores significativos (calorões) e que não apresentem contra-indicações ao tratamento.

Preocupações com o ganho de peso com a terapia hormonal é uma razão comum para as mulheres não quererem usá-la. De fato, aproximadamente 20% das mulheres em tratamento com reposição hormonal abandonam o tratamento por atribuírem o seu ganho de peso à terapia hormonal.

Mas afinal, a terapia de reposição hormonal com estrogênio e progesterona aumenta o risco de ganho de peso?

Embora a crença popular seja de que a terapia de reposição hormonal cause ganho de peso, as evidências disponíveis até o momento sugerem o contrário.

A terapia de reposição hormonal com estrogênio não evita o ganho de peso nas mulheres pós-menopáusicas, embora possa minimizar a redistribuição de gordura abdominal mencionada anteriormente.

De acordo com um grande estudo realizado em mulheres na menopausa houve uma menor perda de massa magra naquelas que receberam a terapia com estrogênio e progesterona em relação às que não fizeram reposição hormonal. Ainda, as mulheres que receberam tratamento tiveram menor aumento da circunferência abdominal.

Então, ao contrário do que se pensa, a terapia de reposição hormonal com estrogênio e progesterona pode ter algum efeito benéfico sobre a perda de massa muscular e sobre o menor ganho de gordura que ocorre na menopausa.

Seu uso, portanto, não está associado ao ganho de peso. O ganho de peso ocorre pelas alterações fisiológicas próprias da idade somadas à redução dos níveis de estrogênio nesta fase da vida.

O tratamento com reposição hormonal em mulheres na menopausa, quando indicado, não deve ser evitado pelo medo do ganho de peso.

Para minimizar o ganho de peso que comumente ocorre no período do climatério e da menopausa, é importante iniciar ou aumentar a frequência e a intensidade da atividade física (para preservação da massa magra e perda da massa gorda) associado a uma dieta individualizada às necessidades calóricas diárias de cada paciente.

Fontes:

1. Oestrogen and progestogen hormone replacement therapy for peri-menopausal and post-menopausal women: weight and body fat distribution. Cochrane Database Syst Rev. 2000.
2. Effects of estrogen or estrogen/progestin regimens on heart disease risk factors in postmenopausal women. The Postmenopausal Estrogen/Progestin Interventions (PEPI) Trial. The Writing Group for the PEPI Trial. JAMA. 1995;273(3):199-208.
3. Postmenopausal hormone therapy and body composition--a substudy of the estrogen plus progestin trial of the Women's Health Initiative. Am J Clin Nutr. 2005;82(3):651-6.

4. The menopause and obesity. Lovejoy JC . Prim Care. 2003 Jun;30(2):317-25.

 

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Sexta, 20 Janeiro 2017 15:10

Terapias alternativas para perda de peso

O tratamento do excesso de peso requer sobretudo mudanças no estilo de vida (alimentação saudável associada à atividade física regular) e o uso de medicações que potencializem e/ou facilitem a adesão a estas mudanças.

Por trata-se de uma doença crônica, exigindo um tratamento continuado, a adesão às medidas conservadoras em longo prazo é baixa e as recidivas infelizmente são frequentes.

Conforme estudo americano, 63% dos pacientes com excesso de peso relataram tentativa de perder peso no último ano! Destes, 40% conseguiram perder pelo menos 5% do seu peso inicial e apenas 20% atingiram uma perda superior a 10%!

Ainda conforme estimativas americanas, aproximadamente 1/3 dos americanos recuperam seu peso inicial após um ano de tratamento.

Cerca de metade dos pacientes retornam ao peso inicial dentro de 5 anos após o início do tratamento.

Estes dados justificam em parte a grande procura por terapias alternativas, mercado que tem ganhado mais de 30 bilhões de dólares anualmente.

45% dos americanos afirmaram já ter usado algum tipo de tratamento alternativo para a perda de peso. As mulheres e os adultos jovens entre 20 a 30 anos são os principais consumidores deste mercado.

Terapia alternativa para perda de peso consiste em tratamentos cujo benefício clínico e segurança para uso não estão comprovados por meio de estudos confiáveis, não sendo, por isso, liberados pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para este fim. Entretanto, são de fácil aquisição por não necessitarem de receituário médico para tal.

A seguir, estão descritas as terapias alternativas mais amplamente utilizadas para emagrecimento no Brasil:

1. Óleo de coco

A moda da vez, o óleo de coco conquistou milhares de adeptos por prometer a queima de gordura corporal. Entretanto, não existe evidência científica nem mecanismo fisiológico plausível que justifique o uso de óleo de coco para redução de gordura tampouco para o tratamento da obesidade. Além disso, por ser um óleo rico em gordura saturada, seu uso pode ser deletério para determinados grupos de pacientes, como aqueles com colesterol elevado, doença cardiovascular e diabetes, por exemplo.

2. Cafeína

Cafeína é a bebida mais popularmente consumida no mundo. Aproximadamente 80% da população consumem bebidas cafeinadas diariamente. A cafeína pode ser encontrada em grãos de café e cacau, chás, guaraná, chocolate, bebidas à base de colas e comercialmente sob a forma de suplementos. A cafeína parece ter influência sobre o equilíbrio energético, aumentando o gasto calórico entre 80 a 150 kcal, quando consumida em doses baixas a moderadas (o que corresponde a 1 a 2 xícaras de café). Apesar deste aumento imediato verificado após o seu consumo, os efeitos sobre a perda de peso não foram observados. Além disso, seus efeitos sobre a redução na ingestão alimentar são ainda questionáveis, necessitando de estudos maiores e com maior rigor metodológico. Importante ressaltar que os efeitos da cafeína sobre o gasto calórico diferem entre homens e mulheres e entre pacientes com peso saudável daqueles com obesidade. Até o momento, o uso de suplementos contendo cafeína deve ser desencorajado pela falta de evidência de efeito sobre a perda de peso bem como pelo risco de efeitos adversos potencialmente graves, como arritmias, crise hipertensiva, distúrbios psiquiátricos em indivíduos suscetíveis.

3. Cromo

Nove estudos (totalizando 622 pacientes) que utilizaram picolinato de cromo em pacientes com excesso de peso por um período de até 6 meses mostraram uma redução pífia de 1,1 kg a mais em relação ao placebo, sem diferença de efeito conforme a dose utilizada. Cabe ressaltar que os estudos são de baixa qualidade metodológica e não reportam dados de segurança com o suplemento. Além disso, muitos profissionais da saúde têm prescrito este suplemento com o objetivo de reduzir a vontade por alimentos doces, igualmente sem embasamento científico para tal. Dessa forma, até o momento, devido à escassez de estudos e à baixa qualidade dos mesmos, o uso de picolinato de cromo para tratamento da obesidade não é recomendado.

4. Gonadotrofina coriônica (hCG)

O uso da gonadotrofina coriônica (hCG) combinada a dietas muito restritivas infelizmente permanece como um modismo para a perda de peso desde a década de 50, quando um médico americano (Dr Simeons) relatou perda de peso, ausência de fome e perda de gordura corporal com o uso deste hormônio em jovens portadores de uma síndrome rara. Estudos posteriores mostraram que a adição do hCG a dietas restritivas não produziu benefícios adicionais nem sobre o peso, nem sobre a saciedade e/ou a massa gorda, efeitos atribuídos unicamente à dieta hipocalórica. O hCG é produzido durante a gestação e seu uso é restrito a pacientes com problemas de infertilidade. Seu uso deve ser desencorajado por não haver base fisiológica nem evidência científica que suporte sua prescrição para perda de peso, melhora da composição corporal e aumento da saciedade durante programas de perda de peso.

5. Fitoterápicos (Centella asiática, Erva-de-são joão, Psyllium, Laranja amarga, pholia magra, Faseolamina ou feijão comum)

Suplementos fitoterápicos como a centelha (Centella asiática), erva-de-são joão (Hypericum perforatum), Ephedra sinica ou “ma-huang”, Psyllium (Plantago ovata), laranja amarga (Citrus aurantium), faseolamina ou feijão comum (Phaseolus vulgaris) não são atualmente regulados pelo FDA (Food and Drug Administration), agência americana de regulação de fármacos e alimentos, tendo seus perfis de segurança mal estudados e, portanto, desconhecidos.

Recentemente benzodiazepínicos, fluoxetina e anfetaminas foram detectados em vários suplementos fitoterápicos prescritos no Brasil, o que é motivo de preocupação. Todos os suplementos acima mencionados não mostraram superioridade em relação ao uso de placebo ou mostraram resultados clinicamente irrelevantes. Todos foram testados em estudos com pequeno número de pacientes, por curto período de avaliação, com várias falhas metodológicas e a maioria sem menção sobre os efeitos adversos do tratamento.

6. Quitosana

Constitui componente do exoesqueleto das conchas dos crustáceos, como os caranguejos, camarões e lagostas. Seu uso para perda de peso tem sido associado a uma redução na absorção de gorduras intestinais, efeito semelhante ao orlistate, medicamento amplamente prescrito como adjunto a programas de reeducação alimentar para perda de peso. Os estudos de melhor qualidade metodológica mostram um efeito mínimo da quitosana sobre o peso em até 6 meses de uso, de significado clínico questionável, sem informações sobre segurança no curto e longo prazos.

7.Goma guar

Fibra derivada do feijão indiano, tem como mecanismo de efeito aumento da sensação de saciedade. Os estudos existentes até o momento (cerca de 20 no total) não mostraram superioridade desta fibra em relação ao placebo. O uso deste suplemento foi associado a efeitos indesejáveis, como dor abdominal, gases e diarreia.

Todos os suplementos acima descritos não apresentaram benefício clinicamente relevante quando comparados ao placebo para a perda de peso, além de carecerem de informações sobre segurança a curto e longo prazos.

Importante destacar que alguns suplementos estão sendo associados a casos de hepatite fulminante e necessidade de transplante de fígado!

Portanto, cuidado para não embarcar na promessa de tratamentos milagrosos, isentos de efeitos adversos.

Converse com um especialista experiente no assunto sobre qual o melhor tratamento para você!

Fontes:

1. Diretrizes Brasileiras de Obesidade 2016. www.abeso.org.br/diretrizes

2. Use of nonprescription dietary supplements for weight loss is common among Americans. J Am Diet Assoc. 2007 Mar;107(3):441-7.

3. Why US Adults Use Dietary Supplements. JAMA Intern Med. 2013;173(5):355-361

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Sexta, 06 Janeiro 2017 15:09

Obesidade: uma doença silenciosa

A obesidade, definida pelo índice de massa corporal (IMC) maior ou igual a 30 kg/m², apresentou um crescimento mundial alarmante de 27,5% nas últimas três décadas.

A origem em latim da palavra obesidade - obedere (construída de ob, para mais, excesso e edere, para comer), que literalmente significa "comendo em excesso", descreve adequadamente esse desequilíbrio entre a ingestão e o gasto energético.

A obesidade é uma doença crônica e multifatorial, influenciada por fatores genéticos e ambientais. Seu início ocorre principalmente pelo baixo gasto energético (sedentarismo ou pouca atividade física) combinada com uma maior ingestão calórica (sobretudo de alimentos altamente palatáveis e densamente energéticos, como fast foods e alimentos ultraprocessados), levando a um acúmulo de gordura no tecido adiposo, maior inflamação no organismo, desequilíbrio hormonal e resistência insulínica.

Atualmente, o Brasil é o 5º país com maior número de pacientes obesos, perdendo apenas para os EUA, China, Índia e Rússia.

Conforme o último levantamento nacional, cerca de 18% da população brasileira apresenta obesidade.

O excesso de peso está associado a uma série de doenças (comorbidades), como diabetes tipo 2, apneia do sono, doença cardiovascular, diversos tipos de câncer, dentre outros (conforme figura acima).

Mesmo nos indivíduos assintomáticos e com exames normais - denominados erroneamente de "gordinhos saudáveis", o risco de morrer pelo excesso de peso é cerca de 24% maior em relação a indivíduos com peso adequado.

Sabe-se que a obesidade está associada a uma redução na expectativa de vida proporcional ao excesso de peso. Como exemplo, um paciente com IMC igual ou maior a 35 kg/m² apresenta uma redução entre 3 a 4 anos de vida pelo excesso de peso. Essa redução pode ser ainda maior para aqueles com IMC maior do que 40 kg/m², chegando a 6 anos a menos de vida!

Conforme a Organização Mundial da Saúde, a obesidade ocupa a 5ª posição nas causas de morte em geral.

Em relação ao diabetes tipo 2, mais de 90% destes pacientes apresentam obesidade. Cabe ressaltar que as curvas de tendência da obesidade têm crescido em paralelo às do diabetes.

A infertilidade pelo excesso de peso é outro problema que acomete tanto homens quanto mulheres. Mulheres acima do peso apresentam uma redução de quase 20% nas chances de engravidar durante um ano, quando comparadas às mulheres com peso adequado.

A obesidade, portanto, deve ser vista como a principal doença responsável pelo surgimento de diversas comorbidades, sobretudo diabetes tipo 2, doença cardiovascular e câncer. Mesmo em indivíduos sem quaisquer queixas e com exames de rotina normais (o mito do gordinho saudável) o risco de adoecer pela doença é muito maior do que pacientes com um peso saudável.

Embora a obesidade não tenha cura, seu manejo adequado é capaz de reduzir e muitas vezes de resolver a maioria das comorbidades acima descritas.

Então, reveja suas escolhas, eleja novas prioridades e coloque sua saúde em primeiro lugar!

Fontes:

1. Global, regional, and national prevalence of overweight and obesity in children and adults during 1980-2013: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2013. Lancet. 2014 Aug 30;384(9945):766-81

2. VIGITEL 2014. http://www.endocrino.org.br/media/uploads/PDFs/ppt-vigitel-2014-.pdf

3. Are metabolically healthy overweight and obesity benign conditions?: A systematic review and meta-analysis. Ann Intern Med. 2013 Dec 3;159(11):758-69

4. Years of Life Lost Due to Obesity. JAMA. 2003;289(2):187-193

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Quarta, 21 Dezembro 2016 15:08

Dicas nutricionais para um final de ano leve

Dezembro é o mês mais festivo do ano. São 31 dias recheados de celebrações e confraternizações e, muitas vezes, manter uma alimentação saudável durante este período torna-se um grande desafio.

As bebidas alcoólicas e os tradicionais pratos de Natal e ano novo são as principais tentações, especialmente para aqueles que estão seguindo dietas restritivas para perda de peso.

Um dos principais erros cometidos durante as comemorações é o desequilíbrio das porções. Muitas pessoas pulam refeições durante o dia ou permanecem em jejum para compensar o excesso durante as confraternizações. Porém, esse comportamento pode desorganizar toda a rotina alimentar e desencadear um descontrole e compulsão alimentar após as festas de final de ano.

Contudo, é possível participar e desfrutar das festas colocando em prática algumas dicas simples:

1. Planeje-se

Se você for sair do trabalho direto para jantar com os colegas, leve um lanche de casa para comer antes.

Sugestões: frutas frescas ou secas como damasco, ameixa seca, tâmara, mix de oleaginosas, iogurte com baixo teor de gordura, ovo cozido, omelete ou sanduíche integral;

2. Substitua os ingredientes

Sugestões: Prepare a farofa com farelo de aveia, linhaça, gergelim, castanhas, cebola, uva passa ou maçã.

Os grãos e as sementes são ricos em fibras e ajudam a aumentar a sensação de saciedade.

A maionese do tradicional salpicão de frango pode ser substituída por iogurte natural desnatado.

A rabanada pode ser feita com pão integral, assada no forno, em vez de frita, polvilhada com canela em pó no lugar do açúcar.

3. Hidrate-se

Muitas vezes esquecemos de beber água por conta de tantos compromissos.

Sugestão: carregue sempre uma garrafinha na bolsa ou utilize as águas saborizadas que podem ser incluídas, inclusive, no cardápio das festas. Sugestão: rodelas de limão, laranja ou abacaxi, folhas de hortelã fresca, gengibre, anis estrelado, cravo e canela em pau. Beba 2 copos de água antes das refeições.

4. Utilize temperos de verdade

Os temperos prontos industrializados são ricos em sódio, corantes e conservantes.

Sugestão: Prefira sempre ervas frescas para temperar os pratos da ceia como alecrim, coentro, cominho, erva doce, açafrão, gengibre, louro, manjerona, manjericão, noz-moscada, orégano, pimenta, salsa, sálvia e tomilho

5. Seja seletivo

Diante de uma mesa farta, faça escolhas inteligentes.

Sugestões:

Prefira oleaginosas como nozes, castanhas, amêndoas, macadâmia em substituição às tradicionais frutas cristalizadas;
Evite maionese e saladas que levem molhos ricos em gordura;
Prefira consumir vegetais frescos ou com molhos à base de iogurte desnatado ou temperados com limão e azeite de oliva. Coma uma porção generosa de hortaliças antes do prato principal;
O peru é uma boa opção para a ceia de natal, já que apresenta pouca quantidade de gorduras;
Prefira sobremesas com frutas ou picolé caseiro preparado com fruta ou polpa sem açúcar;

6. Bebidas alcoólicas

As bebidas alcoólicas são altamente calóricas, assim como os drinks e coquetéis de frutas com açúcar e leite condensado.

Se você optar por beber, faça um planejamento de quando e quanto irá beber.

Calcule com antecedência as calorias da bebida alcoólica.

Beba devagar, apreciando cada gole e intercale com água mineral, água saborizada, chá gelado sem açúcar, suco de limão, maracujá e acerola.

Abaixo, confira a quantidade de calorias das principais bebidas alcoólicas:

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Cerveja sem álcool (300 ml) - 75 kcal

Espumante – taça (175 ml) - 125 kcal

Vodka (50 ml) - 120 kcal

Chopp – tulipa (300 ml) - 130 kcal

Cerveja – lata (355 ml) - 150 kcal

Caipirinha com adoçante (100 ml) - 170 kcal

Orloff Ice (290 ml) - 190 kcal

Caipirinha com açúcar (100 ml) - 250 kcal

Batida com leite condensado (200 ml) - 350 kcal

Uísque (50 ml) - 120 kcal

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Nut. Carina Andriatta Blume - CRN2 10148

Especialista em Nutrição Clínica pelo Instituto de Cardiologia do RS

Mestranda pelo Programa de Pós-graduação em Ciências Médias: Endocrinologia, UFRGS

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Quinta, 24 Novembro 2016 15:07

Parar de fumar engorda?

O ganho excessivo de peso pode ocorrer em várias fases da vida, sobretudo nos períodos de transição, como a puberdade, durante e após a gestação, climatério e durante o processo de abandono do tabagismo.

O medo de ganhar peso é citado como razão principal pelos pacientes como motivo de não tentar parar de fumar!

Parar de fumar está associado a um ganho médio de 4 a 5 kg ao final de um ano em abstinência em pacientes que não receberam tratamento. Além disso, a maior parte do ganho de peso observado ocorre nos primeiros 3 meses após parar de fumar, chegando a 1 kg por mês.

Os mecanismos pelos quais o abandono ao tabaco pode levar ao ganho de peso são múltiplos:

1. Tendo em vista que a nicotina presente no cigarro é um supressor do apetite, a sua retirada pode ocasionar um aumento no apetite;

2. Mudança nas preferências alimentares;

3. Redução do metabolismo basal.

Alguns pacientes parecem ser mais suscetíveis ao ganho de peso:

► Mulheres;

► Menor escolaridade;

► Indivíduos mais jovens;

► Maior peso antes de parar de fumar.

O ganho de peso também parece ser proporcional à carga tabágica: indivíduos que fumam 5 cigarros por dia apresentam um ganho aproximado de 1,8 kg quando comparados a 5,1 kg entre aqueles que fumam 20 cigarros por dia, conforme estudo prévio.

O abandono do tabagismo e a perda de peso e/ou a manutenção de um peso saudável podem ser mais efetivamente alcançados se programas visando a esses dois objetivos forem oferecidos concomitantemente por profissionais experientes no assunto.

O ganho de peso pode ser atenuado quando fármacos específicos são prescritos durante a cessação.

É provável também que a prescrição de uma dieta hipocalórica com redução nos carboidratos em conjunto ao tratamento farmacológico aumente a perda de peso e as chances de manutenção da abstinência nos primeiros meses após o abandono.

Para quem está pensando nos benefícios e riscos de parar de fumar, os riscos conferidos pelo excesso de peso são superados de longe pelos benefícios à saúde com o abandono ao cigarro.

Abaixo, algumas dicas da Diretriz Americana sobre Cessação do Tabagismo para aumentar as chances de manter a abstinência sem ganho de peso:

1. Comece ou aumente a atividade física;

2. Use substitutos de baixo teor calórico em vez do cigarro, como chicletes ou balas sem açúcar, menta ou vegetais;

3. Procure um profissional experiente para uso de medicações que controlam o ganho de peso após a cessação do tabagismo.

Fontes:

1.Weight gain in smokers after quitting cigarettes: meta-analysis. BMJ. 2012 Jul 10; 345():e4439.

2.Assessment of compliance with U.S. Public Health Service clinical practice guideline for tobaccoby primary care physicians. 2015 Mar 7;12:7.

3.The association between quitting smoking and weight gain: a systemic review and metaanalysis of prospective cohort studies. Obes Rev. 2015;16(10):883–901

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Quarta, 26 Outubro 2016 15:06

Incretinas e o Diabetes

Incretinas são hormônios oriundos do intestino que são liberados em resposta a uma refeição. Participam do controle glicêmico mediante a liberação de insulina (efeito incretina) e a inibição da liberação de glucagon (hormônio que aumenta os níveis de glicose) após uma refeição.

O GLP1, do inglês glucagon-like peptide, é o hormônio incretínico mais conhecido e estudado.

Além dos seus efeitos sobre a regulação da glicemia, o GLP1 participa da regulação do peso corporal, aumentando a saciedade e a sensação de plenitude após uma refeição, contribuindo, dessa forma, para a perda de peso.

Em pacientes com diabetes tipo 2, os níveis de GLP1 estão reduzidos. Dessa forma, medicações baseadas no GLP1 foram lançadas no mercado com a finalidade de reproduzir e/ou aumentar os efeitos do GLP1 no organismo.

São medicações eficazes, quando avaliadas pela capacidade de redução dos níveis de hemoglobina glicada, tanto em monoterapia, quanto em associação a outras medicações.

Os análogos do GLP1 são injetáveis (injeções diárias ou semanais, conforme a medicação), com mínimo risco de hipoglicemia quando usados em associação a outros hipoglicemiantes. Os efeitos adversos são predominantemente gastrintestinais, particularmente náuseas, vômitos e diarreia, ocorrendo em 10 a 50% dos pacientes. Entretanto, tais paraefeitos tendem a se resolver dentro de poucas semanas.

Em relação aos efeitos em longo prazo, estudo publicado em julho deste ano em uma revista conceituada de Medicina (The New England Journal of Medicine) mostrou redução de 13% nas taxas de infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) e morte por causa cardiovascular em pacientes com diabetes tipo 2 com fatores de risco para estes desfechos em uso de liraglutida (Victoza).

Quando a questão financeira não for um limitante à prescrição, os análogos do GLP1, como a Liraglutida (Victoza), representam uma boa opção para o tratamento de pacientes com diabetes tipo 2 e excesso de peso, especialmente para aqueles em maior risco de doença cardiovascular.

Fontes:

1. The incretin system ABCs in obesity and diabetes – novel therapeutic strategies for weight loss and beyond. Obesity Reviews (2016) 17, 553–572.

2. Liraglutide and Cardiovascular Outcomes in Type 2 Diabetes. N Engl J Med. 2016;375(4):311.

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