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Domingo, 03 Abril 2016 13:34

Comer antes de dormir engorda?

Muito tem se questionado sobre o hábito de comer à noite, particularmente antes de dormir. Limitar a ingestão de alimentos à noite, sobretudo antes de dormir tem sido proposto como uma estratégia para perda de peso e melhora de parâmetros metabólicos e de composição corporal (massa magra). Mas o que nos dizem as evidências?

De fato, as evidências sugerem resultados desfavoráveis em resposta a grandes refeições contendo carboidratos e gorduras em pacientes que consomem a maior parte dos alimentos à noite.

Entretanto, uma série de estudos mais recentes têm mostrado que o consumo de lanches pouco calóricos compostos predominantemente por um macronutriente (proteína ou carboidrato) pode promover mudanças positivas em pacientes saudáveis (melhora da massa magra, redução do peso, aumento da saciedade pela manhã, melhora do colesterol), sobretudo naqueles pacientes fisicamente ativos.

Mesmo em pacientes com excesso de peso, lanches pouco calóricos após a janta, quando associados à prática regular de atividade física, podem resultar em benefícios em termos de aumento da saciedade com consequente redução no total de calorias ingeridas por dia e redução de peso.

Portanto, fazer lanches noturnos, antes de deitar, de até 150 a 200 kcal, composto predominantemente por proteínas ou carboidratos de baxo índice glicêmico, pode trazer benefícios em vários indicadores de saúde, como melhora de parâmetros antropométricos (redução do peso corporal e aumento da massa magra) e metabólicos (redução da glicemia e do colesterol total).

Fonte:

1. Evening ready-to-eat cereal consumption contributes to weight management. J. Am. Coll. Nutr. 2004;23:316–321.

2. Nutrients 2015 Apr 9;7(4):2648-62

3. The influence of nighttime feeding of carbohydrate or protein combined with exercise training on appetite and cardiometabolic risk in young obese women. Appl. Physiol. Nutr. Metab. 2015;40:37–45.

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Conforme dados nacionais mais recentes, o excesso de peso tem acometido a maior parte da população brasileira: 52,5% da população adulta classificada como sobrepeso (IMC maior ou igual a 25 kg/m²) e 18% com obesidade (IMC maior ou igual a 30 kg/m²).

Mudanças no estilo de vida (reeducação alimentar e atividade física) constituem a base do tratamento do excesso de peso.

A prescrição de medicamentos para controle do peso está indicada para indivíduos com:

1. IMC maior ou igual a 30kg/m²;

2. IMC maior ou igual a 27kg/m² na presença de pelo menos uma comorbidade relacionada ao peso, como (pré-diabetes ou diabetes melitus tipo 2), hipertensão arterial, dislipidemia, apneia obstrutiva do sono, osteoatrose, dentre outras.

A associação de medicações como ferramenta para controle do peso aumenta significativamente as chances de sucesso na perda bem como na manutenção do peso em longo prazo.

Estudo publicado no The New England Journal of Medicine em julho de 2015 avaliou efeito da liraglutida em relação ao placebo durante 2 anos.

Pacientes tratados com liraglutida perderam em média 5% a mais de peso em relação ao placebo.

Tal medicação é administrada de forma subcutânea, através de canetas para aplicação, diariamente. Promove redução do apetite e aumento da saciedade. Alguns estudos têm mostrado efeito adicional da medicação sobre indução de aversão a determinados alimentos.

No último dia 29.02.16, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou a comercialização da liraglutida (nome comercial: Saxenda) no combate ao excesso de peso para os pacientes que preencherem os critérios acima.

Importante salientar que tal medicação apresenta custo elevado, um percentual significativo de pacientes não tolera pela ocorrência de náuseas e vômitos, além de ser contra-indicada em pacientes com câncer medular de tireoide ou história familiar desta neoplasia.

Fonte:

A Randomized, Controlled Trial of 3.0 mg of Liraglutide in Weight Management. N Engl J Med 2015; 373:11-22 July 2, 2015

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O maior número de pacientes diagnosticados com câncer de tireoide nos últimos 30 anos tem coincidido com o aumento na prevalência de sobrepeso (IMC entre 25 a 29,9 kg/m²) e de obesidade (IMC maior ou igual a 30 kg/m²) no mesmo período.

Além da detecção aumentada pela maior realização de exames de imagem nos últimos anos, fatores ambientais, como o excesso de peso, parecem contribuir para esse aumento no número de casos diagnosticados de câncer de tireoide.

Uma revisão de 21 artigos incluindo mais de 12 mil casos de câncer de tireoide foi publicada recentemente na Obesity Reviews, revista bastante renomada na área médica.

Nesse estudo, houve um aumento no risco de câncer de tireoide linear ao aumento de peso tanto em homens quanto em mulheres (risco variando de 27 a 29% em indivíduos com sobrepeso a 53 a 57% em pacientes com obesidade) quando comparados a pacientes magros.

Ainda, para cada aumento em 5 kg/m² no IMC, houve um aumento de 30% no risco de câncer de tireoide.

Esses resultados sugerem que o excesso de peso parece contribuir para o desenvolvimento tumoral em indivíduos geneticamente predispostos. Até que estudos maiores explicando o mecanismo do excesso de peso sobre o maior risco de câncer na tireoide sejam publicados, a manutenção de um peso saudável representa uma estratégia importante na redução de novos casos.

Fonte:

1. Adiposity and risk of thyroid cancer: a systematic review and meta-analysis. Obesity Reviews 2015 (16): 1042-1054.

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Sábado, 23 Janeiro 2016 14:32

Dislipidemia na infância

Dislipidemia significa qualquer distúrbio no metabolismo das lipoproteínas que resulta em uma elevação isolada ou qualquer combinação abaixo:

1.aumento do colesterol total

2.aumento do LDL (colesterol ruim)

3.aumento do colesterol não HDL

4.aumento dos triglicerídeos

5.redução do HDL (colesterol bom)

Nos EUA, 20% das crianças e adolescentes entre 6 e 19 anos têm dislipidemia.

A chance de detecção de exames do perfil lipídico alterados aumenta com o IMC:

14% para crianças com peso adequado

22% para aquelas classificadas com sobrepeso (IMC entre os percentis 85 e 95)

43% para aquelas com diagnóstico de obesidade (IMC superior ao percentil 95)

A presença de dislipidemia predispõe à aterosclerose (formação de placas de gordura), sendo um forte fator de risco para o surgimento de doença cardiovascular, como o infarto do miocárdio.

Metade das crianças com alterações no colesterol persistem com dislipidemia quando adultas!!!

A dislipidemia frequentemente começa precocemente na infância, e se, identificada e corrigida a tempo, pode ser controlada com a redução subsequente do risco de doença coronariana.

Normalmente, os fatores de risco identificados na infância persistem na idade adulta!

O principal fator de risco, que persiste até a idade adulta é a obesidade!! Aproximadamente 84% das crianças com IMC entre o percentil 95 a 99 se tornaram adultas com obesidade, conforme estudo americano.

Para o colesterol e a pressão arterial, 40% das crianças entre 5 a 10 anos, com alteração do colesterol e/ou da pressão tornam-se hipertensas e/ou com dislipidemia quando adultas.

Uma avaliação inicial deve ser realizada para todas as crianças entre 9 a 11 anos.

Uma segunda avaliação é recomendada entre 17 a 21 anos.

Para todas as crianças e adolescentes com detecção de alteração nos exames de colesterol, intervenções para melhorar a alimentação e atividade física são fundamentais!!

Fonte:

Expert Panel on Integrated Guidelines for Cardiovascular Health and Risk Reduction in Children and Adolescents 2012

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Muito tem-se falado sobre o uso de terapias alternativas para potencializar a perda de peso. Dentre elas, o uso de hCG (gonadotrofina coriônica humana, do inglês human chorionic gonadotropin), um hormônio encontrado nas mulheres durante a gestação.

No início da década de 50, o hCG foi prescrito para tratamento do hipogonadismo, uma condição em que ocorre redução dos hormônios masculinos, em jovens com obesidade, associado a uma dieta restritiva de 500 calorias por dia. Os efeitos sobre a perda de peso, redução de gordura com maior preservação da massa muscular e redução da fome foram erroneamente atribuídos ao hCG.

A partir de então, popularizou-se mundialmente a "Dieta do hCG" com a promessa de perda rápida de peso, sem fome e com maior perda da gordura corporal.

Anos mais tarde, vários outros estudos foram conduzidos especificamente para avaliar o efeito do hCG sobre o peso e a composição corporal e não demonstraram qualquer benefício deste hormônio em relação ao placebo sobre os desfechos avaliados.

Além da sua inefetividade para perda de peso, redução do apetite ou maior preservação da massa muscular, permanece a preocupação quanto à segurança com o uso do hCG. Estudos recentes têm mostrado aumento do tecido mamário (ginecomastia) e câncer de mama em homens e mudanças no endométrio com repercussões ainda incertas em mulheres.

Não há, até o momento, evidência contundente de que o hCG, sozinho ou como potencializador de outros tratamentos, tenha efeito clinicamente relevante para perda de peso. O que resulta em perda rápida de peso e de gordura corporal são as dietas mais restritivas e não o hCG em si.

Portanto, fique atento e não caia em armadilhas com promessas de perda de peso fácil!

Fontes:

1. Human chorionic gonadotrophin and weight loss. A double-blind, placebo-controlled trial. S Afr Med J. 1990 Feb 17;77(4):185-9.

2. The effect of human chorionic gonadotropin (HCG) in the treatment of obesity by means of the Simeons therapy: a criteria-based meta-analysis.

Br J Clin Pharmacol. 1995 Sep;40(3):237-43.

3. Human Chorionic Gonadotropin (HCG) - An Ineffective Approach to Treating Obesity, January 2013

4. Presence of luteinizing hormone/human chorionic gonadotropin receptors in male breast tissues. J Clin Endocrinol Metab. 2004 Aug;89(8):4119-23.

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Quarta, 23 Dezembro 2015 14:31

Verão na Versão Light

Introdução

Milho com manteiga e sal, empada de camarão e pastel de carne. Esses são, talvez, os alimentos mais consumidos na beira da praia durante o verão. O problema é que, além de muitos não serem saudáveis, podem causar uma indigestão devida à qualidade dos ingredientes e das condições em que os alimentos foram feitos.

Perguntas

1) Quais são os alimentos vendidos em quiosques menos indicados para o consumo?

É preciso ter cautela no consumo de alimentos consumidos em estabelecimentos como quiosques à beira-mar pela questão da obediência às boas práticas de fabricação estabelecidas pela ANVISA (Resolução RDC – nº216/2004) sobre a procedência dos alimentos, cuidados na higiene do preparo, armazenamento e distribuição aos veranistas. Procure evitar alimentos crus, à base de maionese ou saladas cruas que você não tenha certeza sobre os cuidados no preparo. Também evite batatas e pastéis fritos, camarão e peixes à milanesa, que, além do elevado valor calórico, são ricos em gordura. Vale lembrar que alimentos feitos com óleos reutilizados e sob altas temperaturas podem conter compostos tóxicos como a acroleína com potencial dano às células do organismo demonstrados em estudos em animais.

Dê preferência a iscas de peixe ou camarões grelhados, saladas de frutas, sanduíches naturais e picolés de fruta.

2) Ambulantes também carregam alimentos tentadores, como empadas, queijo coalho e camarão no espeto. Devem-se evitar os alimentos dessa procedência?

Estes alimentos, por ficarem expostos muitas vezes ao sol, em elevadas temperaturas, podem sofrer proliferação bacteriana com aumento do risco para intoxicações alimentares, uma condição caracterizada por náuseas, vômitos, dor abdominal, febre e diarréia. Ainda em relação ao queijo coalho e ao camarão, é preciso ressaltar que esses petiscos são calóricos, contêm uma grande quantidade de gordura saturada e sódio na sua composição. Então, especialmente pacientes em programas de reeducação alimentar, com aumento dos níveis de colesterol ou com hipertensão arterial, devem evitar esses alimentos.

3) O milho e a água de coco são as opções mais comuns dos banhistas. Eles podem ser consumidos sem culpa?

A água de coco é uma boa opção para manter a hidratação e a reposição de eletrólitos à beira-mar. Mas cuidado para quem está de dieta: é preciso ingeri-la com cautela, pois embora seja pouco calórica, contem carboidrato. Entretanto, se compararmos a sucos de frutas ou soja industrializados do tipo tetrapark, a quantidade de carboidratos desses sucos é aproximadamente o dobro em relação à água de coco. Então, a água de coco é uma opção mais saudável e menos calórica.

Já o milho verde, além de ser calórico, é um tipo de carboidrato de alto índice glicêmico, ou seja, um alimento que, após ingerido, tem uma rápida absorção pelo organismo causando fome novamente num período curto de tempo. Portanto, para quem está cuidando da alimentação, opções como frutas frescas ou desidratadas, algumas barrinhas de cereais, pistache e oleaginosas (como amendoim, amêndoas, nozes, castanhas do Pará e de caju) podem ser uma alternativa.

4) Levar comida de casa para a praia é uma boa opção para quem pretende passar longe dos quiosques e dos ambulantes?

Com certeza, levar lanches prontos e saudáveis em bolsas térmicas constituem uma ótima opção para quem quer cuidar do peso e economizar. Algumas opções incluem frutas frescas, sucos de frutas naturais minimamente calóricos como limão, morango, maracujá e acerola, mix de oleaginosas como amêndoas, avelã, castanha, nozes, amendoim e frutas secas como damasco, tâmaras e figo turco, além de cenouras baby, barrinhas de flocos de arroz e iogurtes light.

Fonte: Endocrinologista Milene Moehlecke

Cardeno Na Vitrini, Zero Hora

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Domingo, 06 Dezembro 2015 14:30

Feliz Ano Novo!

Dezembro é uma época que altera muito a nossa rotina: as crianças entram em férias, muitos encontros, formaturas, casamentos, aproximam-se as festas natalinas e o ano novo. A chegada do final do ano aponta àquilo que se foi, que se perdeu e as expectativas do que esta por vir, o “novo” carregado de medos e receios de que se repitam as mesmas frustrações. É um período de muita angústia e ansiedade, ficamos mais sensíveis, reflexivos, suscetíveis às saudades, alegrias, tudo num misto de emoções que por vezes são solucionadas, adoçadas ou anestesiadas num bom prato de comida, naquele doce “maravilhoso” ou naquela bebida preferida!!!

Cada um passa por essa época a sua maneira. Alguns com mais entusiasmo, outros mais carregados de dores e mágoas, mas não escapamos às mudanças. “Adeus ano velho, Feliz ano novo”! Somos demandados: Quais são seus projetos, sonhos e desejos para o novo ano? Para que esse final de ano possa ser aproveitado com tranquilidade e que seus projetos e desejos não sejam deixados de lado, pensei em conversarmos sobre algumas maneiras de enfrentarmos esse período com leveza e tranquilidade, de forma saudável, conectados com a saúde e o bem estar.

Enfrente! Indague os motivos pelos quais está adiando novamente suas decisões. É muito comum ouvirmos que é mais fácil deixar passar as festas para começar a dieta e a atividade física. É fácil continuar onde estamos, difícil é ter forças para resistir e empreender uma nova atitude diante de tantas tentações. Seja forte e esteja comprometido com seus projetos, conecte-se com o que de fato tem valor. Deixar para depois não resolve o problema, somente adia e dificulta ainda mais. É o conhecido efeito do cheque pré-datado, é iludir-se ao pensar que haverá uma mágica para solucionar o problema.

Planeje! Se você começar agora pode até ser que não consiga concretizar 100% dos seus planos, mas o que for feito será mais do que não fazer nada. Por si só, o final de ano desperta a falsa impressão de que temos que estar bem, felizes, realizados e magros. Isso é uma ilusão que gera um efeito devastador, causando momentos de angústia, dor e tristeza. A contagem regressiva não precisa ser adiada ou evitada, essa angústia pode trabalhar a seu favor e de forma positiva. Esse pode ser um momento de rever as escolhas, parar e olhar para dentro de si, questionar o que tem feito da vida e o que faz você sentir-se frustrado e fracassado. Isso possibilita novas resoluções e pode ser uma ótima oportunidade para experimentar novos prazeres como por exemplo se envolver mais com as pessoas. Disponha-se a ajudar, tire as fotos, coloque a música, converse mais, tudo que desvie sua atenção das tentações e lhe ocupe. Afinal de contas esse é o principal objetivo da comemoração: a reunião, a proximidade, a confraternização, a gratidão. Seja criativo!

E claro que não dá para não pensar na comida, afinal de contas ela vai estar lá! Tenho visto que a comida não esta sendo utilizada com o objetivo que se propõe, que é: nutrir e nos manter vivos e saudáveis. Ela não deve servir para preencher o vazio, curar mágoas e ressentimentos. Cada coisa em seu lugar. O desejo não pode ser comandado pelo estômago e sim pelo cérebro.

Portanto, busque o meio termo, o caminho do meio, controle-se, não há necessidade alguma de provar tudo. Quem muito prova acaba não saboreando nada! Essa não será a última refeição da sua vida! Faça escolhas, se você não fizer alguém o fará e pode NÃO ser o que você realmente deseja. Não aceite qualquer prazer, prefira qualidade à quantidade. Você não está sozinho, estamos sempre acompanhados de nossos medos, receios e também de outras pessoas que sentem e sofrem desse mesmo dilema. Não fique em isolamento domiciliar, isso agrava sua tristeza, abala sua autoconfiança e o desmotiva; peça ajuda àquele amigo, parente ou conhecido que você sabe que leva uma vida regrada e dá valor à saúde. Aproxime-se de pessoas que estejam com a mesma vibração e objetivos que os seus. É muito fácil nos sabotarmos. E conte principalmente com seu médico, com seu psicólogo(a), nutricionista e com todos aqueles que de alguma forma estão envolvidos com você e por você!

Surpreenda-se, seja seu melhor presente e aproveite!

Fabiana Alves Pereira

Psicóloga, Psicanalista

Especialista em Transtornos Alimentares

CRP/RS 07/20146

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Muitos pacientes com excesso de peso temem fazer dietas mais restritivas com indução de perda rápida de peso pelo medo do reganho rápido – conhecido efeito sanfona – com tais dietas.

Para responder a essa pergunta, uma série de estudos têm sido publicados.

Em 2010, um estudo envolvendo 262 mulheres com media de 59 anos de idade avaliou o efeito da perda de peso inicial lenta, moderada e rápida (primeiros 6 meses) sobre o peso final em 18 meses de acompanhamento.

As pacientes com perda rápida de peso (≥0,680 gramas/semana) apresentaram uma perda de peso muito superior àquelas com perda lenta de peso (<0,23 gramas/semana): média de 8,4 kg de perda a mais. Além disso, aquelas com rápida perda de peso mantiveram a maior perda em 18 meses: -11 kg x -4 kg. Não houve diferença nas taxas de reganho de peso entre os grupos ao final do estudo.

Outro artigo publicado recentemente avaliou o efeito da velocidade de perda de peso sobre a manutenção do peso em quase de 3 anos de acompanhamento, com resultados semelhantes.

Portanto, as evidências até o momento reforçam as vantagens a curto e longo prazo da perda rápida de peso. Pacientes com perda inicial rápida apresentam maior redução do peso bem como maior manutenção do peso perdido em longo prazo. Ademais, a perda rápida de peso não predispõe o individuo ao reganho rápido!

Fonte:

1.The Association Between Rate of Initial Weight Loss and Long-Term Success in Obesity Treatment: Does Slow and Steady Win the Race? Int J Behav Med. 2010 Sep;17(3):161-7

2.The effect of rate of weight loss on long-term weight management: a randomised controlled trial. Lancet Diabetes Endocrinol. 2014 Dec;2(12):954-62.

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Quinta, 15 Outubro 2015 13:26

Cirurgia Bariátrica

A cirurgia bariátrica é considerada atualmente o tratamento mais efetivo para resolução das comorbidades relacionadas ao excesso de peso para pacientes com obesidade grau III, definido como índice de massa corporal (IMC) maior ou igual a 40 kg/m².

Diversos procedimentos estão disponíveis. O bypass gástrico em Y de Roux, um tipo de procedimento misto, com redução do tamanho do estômago e redução da superfície de absorção dos nutrientes ingeridos, tem sido a técnica mais amplamente realizada, inclusive no Brasil.

Análises após 18 anos de pacientes submetidos ao bypass gástrico mostram uma redução de eventos cardiovasculares fatais (infarto e AVC) de 53% e uma redução na incidência de câncer de 42% em mulheres; redução não significativa para homens.}

Em média, após 15 anos de acompanhamento de pacientes que realizaram bypass gástrico, o percentual médio de peso perdido foi de 20%, muito superior ao atingido apenas com dieta e atividade física.

Atualmente, a cirurgia bariátrica está indicada para pacientes entre 18 a 65 anos, com IMC maior ou igual a 35 kg/m² com comorbidades associadas ou IMC igual ou maior a 40 kg/m² que tenham apresentado falha ao tratamento conservador (dieta, exercício e fármacos) por um período superior a 2 anos.

Pacientes abaixo de 18 ou acima de 65 anos, devem ser avaliados individualmente quanto à relação risco-benefício do procedimento.

Importante frisar que a cirurgia bariátrica, embora bastante efetiva na resolução e/ou melhora das doenças associadas à obesidade, não é um tratamento definitivo. Até 20% dos pacientes submetidos à cirurgia apresentam reganho de peso, sobretudo por não aderirem às mudanças comportamentais que a doença exige.

ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC - kg/m2)  
Maior ou igual a 35* Com comorbidades (diabetes tipo 2, hipertensão arterial, esteatose hepática, apneia do sono)
Maior ou igual a 40* Sem comorbidades

*Em todas as situações, os pacientes devem ter apresentado falha ao tratamento conservador (mudanças de estilo de vida, dieta e uso de medicações) por pelo menos 2 anos

Fonte:

1. Resolução Conselho Federal de Medicina (CFM) n° 1.942/2010. D.O.U. 12 de fevereiro de 2010(I): 72.

2. American Association of Clinical Endocrinologists, The Obesity Society, and American Society for Metabolic & Bariatric Surgery Medical guidelines for clinical practice for the perioperative nutritional, metabolic, and nonsurgical support of the bariatric surgery patient, 2008.14 Suppl 1: 1-83

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Sempre achei Setembro um mês encantador! É o mês da primavera, a chegada de dias quentes, as pessoas se vestem com mais leveza e cor, as árvores da cidade florescem e fica no ar um cheirinho de boas novas! Passou Agosto o mês do desgosto, o mês mais longo do ano e agora nos preparamos para ser feliz!! Uma ideia que reaviva e re(acende) a esperança e as expectativas de que o que esta por vir pode ser melhor.

Isto provoca algo de diferente e comum ao mesmo tempo. As pessoas começam a se preocupar mais com o corpo, com a alimentação; as academias começam a receber novos alunos, as estéticas começam a oferecer pacotes milagrosos que prometem a mágica tão esperada: “corpos enxutos, soluções detox”, dentre outros. Tudo para modificar o corpo e, como se fosse pouco, a demanda é de que seja “rápido”! Esse é o “comum”, o conhecido!

E o que tem de diferente em tudo isso? “Ah, esse ano vai ser diferente”, é o que dizem. As pessoas assumem a promessa consigo mesmo de iniciar uma atividade física, resgatar a dieta guardada lá no fundo da gaveta, beber mais água e marcar a revisão no ginecologista, cardiologista, dentre outros! Cada um tem seus desejos e metas e sabem bem onde é que o sapato ou a roupa aperta!

Ok, vamos lá. O diferente está em tornar essas mudanças efetivas e duradouras. Cuidar da saúde deveria ser fácil como escovar os dentes. Comer bem e saudável, ter uma rotina de exercícios, momentos de lazer e descanso são hábitos necessários para quem quer viver mais e melhor, mas conjugar tudo isso não é tarefa simples, especialmente quando se trata de problemas relacionados ao sobrepeso e ä obesidade.

Concordo que essa onda de calorzinho, verão se aproximando ativa algo nas pessoas que saem da zona de conforto e, de certa forma, provoco isso através do meu trabalho, da minha escuta, mas tenho notado que este esforço feito para emagrecer, para adquirir condicionamento físico e massa magra, hábitos alimentares e disciplina, toda essa mudança, para muitos, é temporária. A rapidez desejada fica no sentido do tempo que retrocede rápido demais e: “quando eu vi já estava assim, de novo”!

A curto e médio prazo, esses pacientes voltam a engordar, retomam velhos hábitos e sucumbem äs tentações. O gordo em muitos casos é visto como preguiçoso e tem seu problema associado ä falta de vontade, desleixo, afinal de contas são muitos os fatores envolvidos, coadjuvantes por traz deste protagonista tão cruel. Aparecem então o desânimo, a sensação de fracasso, autoestima baixa e os quilos a mais.

O emagrecimento é o início da caminhada, é essa insatisfação que dá inicio a desacomodação, a inquietação desorganiza o funcionamento conhecido para (re)organizar a vida de outra forma, de uma forma mais leve e equilibrada. Mas se ao final do processo voltam ao mesmo denominador comum, retornam ao estado em que estavam isso não é mudança, é repetição. No meio do filme ficam com a sensação de que já assistiram aquela cena, afinal de contas a historia é muito conhecida e o final já sabem qual é.

Em 1917, Freud ocupado em pontuar as diferenças entre o tratamento da hipnose e o tratamento analítico, escreveu algumas Conferencias na tentativa de discutir o método analítico. Dentre tantos aspectos relevantes escolhi tomar para reflexão o motivo pelo qual ele abandonaria a sugestão direta (hipnose) e quais os fatores que o fizeram tomar esta decisão. Freud observou que tal tratamento levava o paciente a solução rápida, aliviava suas dores sem causar-lhes grandes dificuldades, proibia o sintoma de existir, mas não lhes dava conhecimento sobre sentido e significado e em pouco tempo os sintomas voltavam a atormentar o sujeito. Elencou duas diferenças importantes: ao primeiro utilizando-se de “sugestões” agia como “cosmético” e o segundo e o que ele estava propondo, tratamento analítico, agia como uma “cirurgia”, no sentido de causar impacto e diferença nos processos que levaram à formação daqueles sintomas. Estou convencida cada dia mais que, aliado a todos os tratamentos indicados e oferecidos para cada caso, é indicado que o sujeito esteja disposto a submeter-se à “cirurgia” psíquica.

As pessoas que me procuram buscam soluções para o peso físico, descobrem com o passar do tempo outro “peso”, o peso das emoções, frustrações, dos desejos reprimidos, das suas dores. Para esse peso não há medicamento ou tratamento rápido e mágico capaz de eliminar os excessos, mas há tratamento psicológico capaz de proporcionar questionamentos, conhecimento ao sujeito para possa se implicar e se libertar no sentido de ser “senhor” de si mesmo. O olhar para dentro, requer tempo, investimento e cuidado, e Freud também afirmava que: “nada é tão caro quanto a doença e a estupidez”, estupidez no sentindo de desconhecer-se!

Os motivos podem ser vários: a chegada de uma estação do ano, o calor, uma festa, formaturas, casamentos, aquela roupa que vai ter que ”entrar”, o biquíni... seja qual for o seu motivo, você é muito mais que isso! As pessoas buscam soluções e motivos do lado de fora, no entanto as respostas estão dentro! E se ainda não encontraram a resposta talvez porque ainda não tenham submetida a devida “cirurgia”!

Autora: Fabiana Alves Pereira CRPRS 07/20146

Psicóloga, Psicanalista em Formação pela Sigmund Freud Associação Psicanalítica

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