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Quinta, 28 Janeiro 2021 09:29

Consumo de café e o fígado

Doença hepática gordurosa não alcoólica, popularmente conhecida como "gordura no fígado", representa a doença hepática mais comum no mundo.

Aproximadamente 25% da população apresenta esta condição, podendo chegar a 50% em pacientes com diabetes tipo 2 e a 90% naqueles com obesidade. Pacientes com doença hepática gordurosa não alcoólica estão em maior risco de progressão para as formas graves da doença e também o câncer de fígado.

Seu surgimento está intimamente relacionado a um padrão de dieta ocidental, representada pelo consumo de alimentos pobres em fibras e ricos em carboidratos refinados, ultraprocessados, laticínios integrais, refrigerantes e carne vermelha.

Por outro lado, a adoção da dieta Mediterrânea, que consiste no consumo regular de frutas e vegetais, grãos, carboidratos integrais, oleaginosas, azeite de oliva e peixe tem mostrado efeito protetor sobre todos os estágios da doença hepática gordurosa não alcoólica, incluindo redução do risco de cirrose e câncer de fígado.

Além da adoção da dieta Mediterrânea, diversos estudos têm demonstrado que o consumo de café filtrado (e não o espresso) também apresenta efeito hepato-protetor! Essa diferença entre o benefício visto com café filtrado mas não com o espresso provavelmente decorra do fato de o café espresso conter maior quantidade de sacarose, um açúcar que é quebrado em glicose e frutose, sendo a frutose em excesso associada à fibrose hepática.

Interessante também que outras bebidas cafeinadas, como chá verde ou preto, não demonstraram o mesmo benefício visto com o café. É provável que os mais de 100 compostos presentes no café atuem em sinergismo para fornecer estes benefícios descritos sobre o fígado!

Portanto, o consumo regular de 2 a 3 xícaras de café filtrado por dia deve ser encorajado em pacientes em risco de ou já com doença hepática instalada!!

Dra Milene Moehlecke
Endocrinologista e Metabologista
CRM-RS 33068 RQE 25181

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Publicado em Artigos

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