Tanto quanto a epidemia de obesidade, tem crescido o número de indivíduos referindo dormir menos do que o desejado. De acordo com uma pesquisa nacional, cerca de 60% dos brasileiros dormem entre 4 a 6 horas e 75% reconhecem que estão dormindo pouco. Apesar de variações na definição, considera-se adequado para adultos uma média de 7 a 8 horas de sono por dia.
E qual a relação entre o sono e o peso?
Indivíduos que dormem pouco apresentam aumento da fome e da vontade por alimentos mais calóricos, como aqueles ricos em açúcares e gordura, em decorrência da redução dos níveis de leptina (hormônio que contribui para a saciedade) e aumento dos níveis de grelina (hormônio responsável por aumentar o apetite).
Além disso, centros de recompensa cerebrais são ativados quando dormimos pouco, fazendo com que tenhamos mais prazer quando em contato com determinado alimento e, consequentemente, menor controle sobre a ingestão alimentar.
Permanecer mais tempo acordado facilita a busca pelo alimento, o que também contribui para o aumento da ingestão calórica.
Ainda, dormir pouco bem como ter um sono fragmentado, com vários despertares noturnos, aumenta a sensação de cansaço e indisposição, reduzindo a probabilidade de o indivíduo engajar-se em atividades que aumentem o gasto calórico, como o exercício físico programado e as atividades de lazer.
Por fim, a privação crônica de sono leva à redução da produção de melatonina, hormônio que participa da síntese e ação da insulina, predispondo indivíduos suscetíveis a um maior risco de diabetes, ganho de peso e doenças cardiovasculares.
Dra Milene Moehlecke
Endocrinologista e Metabologista
CRM-RS 33068 RQE 25181
Referência
Obes Rev. 2017 Feb;18 Suppl 1:34-39
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