As oleaginosas, representadas pelas castanhas, nozes, avelãs, amendoim, amêndoas, dentre outras, são alimentos ricos em gordura insaturada, fibras, vitaminas e diversos compostos bioativos, tais como antioxidantes fenólicos (resveratrol) e fitoesterois com propriedades hipolipemiantes (redução da absorção do colesterol).
Uma associação positiva entre o consumo regular de oleaginosas com um risco reduzido de doença coronariana tem sido demonstrada em diversos estudos.
Por causa dessa constatação de benefício, a agência americana de regulação de medicamentos e alimentos (Food and Drug Administration - FDA) sugeriu que um consumo médio de 43 gramas por dia de oleaginosas, como parte de uma alimentação saudável, é capaz de reduzir o risco de doença cardíaca.
O amendoim, em especial, possui a maior quantidade de proteínas, por porção, quando comparado às demais oleaginosas. Além disso, aproximadamente metade da gordura presente no amendoim é monoinsaturada, um tipo de gordura que auxilia na redução do colesterol total e do LDL (colesterol ruim).
Além disso, mais recentemente descobriu-se que o amendoim é uma ótima fonte de resveratrol, um antioxidante da família dos polifenois, amplamente encontrado na semente da uva e no vinho tinto. Alguns estudos têm mostrado uma ação protetora desse antioxidante em relação a doenças cardiovasculares, como infarto do miocárdio e AVC, doenças neurodegenerativas, incluindo Alzheimer e câncer.
Mas o amendoim não pode dificultar a perda de peso ou mesmo levar a um ganho de peso? Questionam alguns pacientes.
O consumo moderado (entre 28 a 42 gramas por dia) de amendoim ou de oleaginosas em geral, como parte de uma alimentação saudável e equilibrada, não está associado ao ganho de peso. Pelo contrário, por ser rico em gordura (monoinsaturada), fibras e proteínas, o consumo regular de oleaginosas contribui para a sensação de plenitude e saciedade durante e após a perda de peso.
Apesar de todos os benefícios acima descritos, o amendoim pode estar contaminado por espécies de fungos, como o Aspergillus flavus, capazes de produzir toxinas, chamadas aflatoxinas, com potencial cancerígeno, em especial câncer de fígado.
Em uma pesquisa realizada no Paquistão para avaliar a presença destas micotoxinas em amostras de amendoim (cru, torrado e salgado), as aflatoxinas estavam presentes em 82% das amostras aleatoriamente analisadas!!
Por causa deste risco de contaminação durante o processo de colheita, transporte e armazenamento, em 2001, a ABICAB criou um programa chamado Pró-Amendoim para regulamentação da produção de amendoim.
Dessa forma, as empresas que atendem aos requisitos da legislação e fabricam produtos à base de amendoim totalmente seguros para o consumo recebem o selo Pró-Amendoim (figura abaixo).
*ABICAB - Associação Brasileira da Indústria de Chocolate, Cacau, Balas e Derivados
Fontes:
1. Peanuts as functional food: a review. J Food Sci Technol (January 2016) 53(1):31–41
2. Association of Nut Consumption with Total and Cause-Specific Mortality. N Engl J Med 2013; 369:2001-2011
3. http://www.abicab.org.br/selo-de-qualidade/
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