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Terça, 28 Julho 2015 13:24

Lutando contra o efeito sanfona Destaque

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A epidemia da obesidade tem crescido mundialmente nos últimos 30 anos. Aproximadamente dois terços dos americanos relatam tentativa de perda de peso no último ano, sendo que apenas 20% desses conseguiram perder mais de 10% do seu peso. Cerca de um terço das pessoas que perderam peso reganham o peso perdido no final do primeiro ano. E, infelizmente, mais de 50% recuperam seu peso nos próximos 5 anos. Mas porque isso acontece? Será que não temos força de vontade o suficiente? Ou falta motivação?

O problema é muito mais complexo do que essas minimizações que tendemos a fazer.

Nosso organismo apresenta uma série de mecanismos hormonais que são ativados quando somos privados de comer em abundância (dieta). Isso pode ser considerado uma vantagem evolutiva, pois permite o armazenamento excessivo quando as fontes são transitoriamente não disponíveis (dieta). Se pensarmos nos dias atuais, isso não faz tanto sentido, mas, se considerarmos milhões de anos atrás, em que as opções para a alimentação eram extremamente escassas, as dificuldades começam a fazer sentido.

Não bastassem as dificuldades hormonais, também herdamos a predisposição genética, que faz com que superativamos regiões no cérebro quando vemos, sentimos ou degustamos alimentos mais palatáveis. Essa ativação cerebral desencadeia um comportamento de recompensa, ou seja, como sentimos prazer quando ingerimos determinados alimentos, vamos trabalhar e se esforçar cada vez com maior empenho para sentir novamente o prazer (semelhante ao que ocorre com dependentes químicos).

O que ocorre quando perdemos peso com a dieta? Nosso organismo não entende o que está acontecendo e ativa todos esses mecanismos de defesa para frear o processo, de forma a dificultar a nossa trajetória! Portanto, de fato sentimos mais fome, mais vontade de comer e o nosso gasto calórico se reduz depois de alguns meses fazendo dieta.

E a pergunta que sempre surge nas consultas médicas e nutricionais: Mas por quanto tempo meu cérebro vai lutar para que eu recupere meu peso anterior? Não existe, até o momento, uma resposta conclusiva para essa pergunta. O que se sabe é essas reações “mal adaptativas” do nosso organismo podem durar até 2 anos; após esse período, a resposta ainda é incerta.

O que sabemos com mais clareza sobre o tratamento da obesidade é que, por tratar-se de uma doença CRÔNICA que acaba se desenvolvendo em quem herdou a predisposição genética e é exposto a múltiplos fatores ambientais (estilo de vida sedentário, exposição a alimentos mais palatáveis e calóricos, mais ansiedade e estresse), o tratamento a médio e longo prazo exige uma rotina regular de atividade física associada a controle constante da alimentação (pesagens frequentes, registro alimentar, consultas médicas e nutricionais com regularidade e manutenção das mudanças comportamentais para evitar a recidiva de velhos hábitos).

Mãos a obra!!

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Lido 503 vezes Última modificação em Quarta, 27 Março 2019 11:15

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