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Terça, 26 Março 2019 13:10

Tratamento Farmacológico da Obesidade Destaque

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Evidências a partir de uma série de estudos epidemiológicos têm mostrado um aumento alarmante das taxas de sobrepeso e obesidade mundialmente nas últimas décadas. Estima-se que mais de 64% da população americana apresenta excesso de peso, sendo de aproximadamente 5% a prevalência de obesidade extrema, definida como um IMC* maior ou igual a 40 kg/m². A cada ano, cerca de 300.000 americanos adultos morrem por comorbidades relacionadas à obesidade. Os custos em saúde têm igualmente aumentado para o controle das complicações surgidas em decorrência do excesso de peso.

Dessa forma, o melhor entendimento das causas da obesidade assim como o desenvolvimento de medicações que possam intervir na fisiopatologia da doença são fundamentais no manejo da obesidade.

Sabe-se que uma perda discreta de 5 a 10% do peso inicial está significativamente associada a uma melhora do perfil de risco cardiovascular bem como redução do risco de surgimento do diabete melito tipo 2.

Atualmente, no Brasil, são aprovados apenas 2 medicações para o tratamento da obesidade: sibutramina e orlistat.

A sibutramina, medicação que promove um aumento na saciedade, é o único agente anti-obesidade de ação central disponível em nosso meio para tratamento da obesidade. Aprovada para uso comercial em 1998, foi retirada do mercado americano e europeu em 2010, após um estudo SCOUT (Sibutramine Cardiovascular Outcome Trial) ter mostrado um aumento do risco de complicações cardiovasculares em pacientes com a presença de fatores de risco. No Brasil, em 2011, a ANVISA restringiu seu uso para pacientes com IMC acima de 30 kg/m², por um prazo de até 2 anos, e que não apresentem contra-indicações ao uso.

O orlistat, um inibidor das lipases do trato gastrintestinal, atua inibindo cerca de 30% da gordura oriunda da dieta. Seu efeito sobre o peso é modesto, porém apresenta uma significativa melhora sobre parâmetros como pressão arterial, perfil lipídico e controle glicêmico em pacientes com diabete melito tipo 2. A maior limitação ao seu uso são os efeitos colaterais gastrintestinais, como dor abdominal, fezes oleosas e flatos, proporcionais à quantidade de gordura da alimentação.

O tratamento da obesidade é baseado num tripé de reeducação alimentar, atividade física regular e terapia cognitivo-comportamental. O uso de fármacos como terapia adjuvante requer avaliação médica criteriosa e deve obedecer às indicações atualmente estabelecidas. Importante ressaltar que, o sucesso do tratamento, mesmo se medicamentos forem prescritos, dependerá da manutenção de bons hábitos em longo prazo.

IMC*: índice de massa corporal – obtido dividindo-se o peso (kg) pela altura (metros) ao quadrado

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Lido 386 vezes Última modificação em Quarta, 27 Março 2019 11:36

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