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Sexta, 22 Julho 2016 13:47

Uso regular de adoçantes artificiais e o controle do peso Destaque

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Há mais de uma década, estudos realizados em animais têm demonstrado as consequências do uso de adoçantes, a maioria sob a forma de refrigerantes diet, zero ou outras bebidas adoçadas artificialmente, sobre a ingestão alimentar e o controle do peso.

As evidências oriundas de estudos em animais expostos a uma ingestão regular de bebidas adoçadas artificialmente com sacarina, sucralose, acessulfame de potássio e aspartame, por exemplo, mostram uma série de efeitos indesejáveis sobre o peso, a composição corporal e o perfil metabólico, como:

1.Maior consumo de alimentos;

2.Menor termogênese após uma refeição, isto é, menor gasto calórico para a digestão do alimento;

3.Maior ganho de peso;

4.Maior percentual de gordura corporal, sobretudo abdominal (visceral);

5.Maior glicemia de jejum e hiperinsulinemia (mecanismos relacionados ao surgimento do diabetes tipo 2).

Já os resultados de estudos realizados em humanos não são uniformes em relação aos efeitos dos adoçantes artificiais sobre o peso e alterações metabólicas.

As evidências atuais sugerem que usuários regulares de adoçantes apresentam maior ganho de peso, sobretudo maior aumento da circunferência abdominal, e maior risco de complicações metabólicas relacionados ao excesso de peso, como hipertensão arterial, diabetes tipo 2, doença coronariana, acidente isquêmico transitório, depressão, dentre outros.

Estes achados permaneceram significativos mesmo após o controle de possíveis fatores confundidores das análises como peso no início do estudo, prática de atividade física, ingestão de bebida alcoólica, etc.

Vários são os mecanismos responsáveis por tais efeitos adversos:

1.Redução na liberação de GLP1 (hormônio intestinal liberado após uma refeição associado à regulação da glicose e à saciedade);

2.Estímulo e inibição de genes do tecido adiposo envolvidos no controle do peso;

3.Ativação do comportamento de recompensa por alimentos doces após estímulo com adoçantes artificiais, mecanismo semelhante à dependência química;

4.Discordância entre o conteúdo calórico do alimento e o seu sabor doce, levando ao “engano” do cérebro e à maior procura por alimentos com maior conteúdo energético para compensar a ausência de calorias dos alimentos adoçantes;

5.Efeitos negativos sobre a flora intestinal.

Em relação à alteração da flora intestinal, estudos recentes em humanos têm sugerido que a ingestão de altas doses de sacarina e aspartame, por exemplo, têm causado desregulação do controle da glicose, predispondo ao pré-diabetes e ao diabetes tipo 2. O mecanismo aventado é a indução de ácidos graxos de cadeia curta pela flora intestinal, que serviriam de substrato para a produção de glicose.

Fontes:

1.Low-calorie sweetener use and energy balance: Results from experimental studies in animals, and large-scale prospective studies in humans. Physiol Behav. 2016 Apr 26. pii: S0031-9384(16)30184-6.

2.Sucralose Promotes Food Intake through NPY and a Neuronal Fasting Response. Cell Metab. 2016 Jul 12;24(1):75-90.

3.Low Calorie Sweetener use and energy balance. Physiol Behav. 2016 Apr 7. pii: S0031-9384(16)30111-1

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Lido 481 vezes Última modificação em Terça, 26 Março 2019 18:01

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