O conceito de restrição calórica intermitente ou jejum intermitente tem ganhado notória popularidade entre pesquisadores e o público em geral.
Caracteriza-se por um período de jejum ou de uma restrição alimentar significativa, mais comumente entre 1 a 4 dias por semana, intercalado por uma dieta normal.
Experimentos com animais têm obtido resultados promissores com o jejum intermitente:
1. Melhor mobilização de gordura;
2. Modulação favorável da flora intestinal;
3. Aumento da sensibilidade à insulina com redução da glicemia;
4. Redução da inflamação sistêmica.
Além disso, resultados iniciais realizados em animais mostraram ainda uma redução no risco de doenças crônicas, como diabetes, câncer, doença neurodegenerativa e doença cardiovascular.
Entretanto, em humanos, as evidências são escassas, e o que se tem são extrapolações dos benefícios obtidos em animais e estudos com um número muito limitado de pacientes.
Dessa forma, algumas perguntas devem ser respondidas antes que tal prática seja amplamente recomendada:
1. A restrição calórica intermitente induz melhora metabólica superior à restrição calórica contínua?
2. A restrição calórica intermitente induz maior perda de peso e/ou de massa gorda quando comparada à restrição calórica contínua?
3. A restrição calórica intermitente facilita a manutenção do peso em médio e longo prazo em relação à restrição calórica contínua?
Os resultados até o momento sugerem que o efeito da restrição alimentar intermitente parece ser similar ao obtido com as dietas convencionais hipocalóricas. Cabe ressaltar que o número de estudos publicados bem como o número de pacientes avaliados em cada estudo é ainda limitado para conclusões definitivas.
Referências:
1.Do intermittent diets provide physiological benefits over continuous diets for weight loss? A systematic review of clinical trials. Molecular and Cellular Endocrinology (2015).
2.Intermittent fasting and human metabolic health. J Acad Nutr Diet. 2015; 115(8): 1203–1212
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