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Quarta, 24 Maio 2017 14:15

Obesidade na gestação: quais as implicações para o seu bebê? Destaque

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A obesidade é a condição médica mais comum em mulheres em idade reprodutiva. Além disso, cerca de 50 a 60% das mulheres com excesso de peso ganham acima das recomendações atuais durante a gestação.

Tanto a obesidade antes da gestação quanto o ganho excessivo de peso durante a gestação acarretam implicações adversas para o binômio mãe-bebê.

Evidências robustas na literatura sugerem uma relação linear entre o grau de obesidade com o peso do recém-nascido. Bebês muito grandes (peso acima do percentil 90 para a idade gestacional) ou pesando mais do que 4 kg ao nascimento apresentam maior predisposição à obesidade na infância, adolescência e na vida adulta. Ter um pai obeso aumenta o risco de obesidade no bebê em 2 a 3 vezes a até 15 vezes mais se ambos os pais forem obesos. A obesidade materna pode alterar a epigenética intraútero do bebê, de forma a induzir mudanças permanentes nas rotas metabólicas fetais e portanto aumentando o risco de obesidade e as comorbidades associadas (hipertensão arterial, diabetes tipo 2, doença cardiovascular) na infância e na vida adulta.

Além disso, gestantes obesas apresentam elevado risco de terem bebês com anormalidades congênitas, incluindo má formação cardíaca, defeitos orofaciais, redução de membros, dentre outros. Os estudos sugerem que o risco de defeitos congênitos seja proporcional ao grau de obesidade materna.

Outra preocupação importante refere-se ao risco elevado de asfixia periparto, sofrimento e morte fetal. De acordo com uma revisão que avaliou o risco de desfechos fetais em gestantes obesas, existe um aumento no risco de sofrimento fetal e morte entre 16 a 20% conforme o grau de obesidade. Mesmo após reanálises destes resultados excluindo-se os potenciais fatores confundidores, como mães com diabetes e hipertensão, persiste o maior risco destas complicações em gestantes obesas. Novamente aqui, é provável que o risco seja proporcional ao grau da obesidade.

Por fim, a obesidade aumenta o risco de parto prematuro, sobretudo devido às complicações da obesidade durante a gestação, tais como pré-eclâmpsia e diabetes.

Confira abaixo as principais repercussões fetais da obesidade durante a gestação:

Mortalidade intra-uterina e perinatal elevada
Maior risco de parto prematuro (parto com menos do que 37 semanas)
Anomalias congênitas
Recém-nascido grande para a idade gestacional (acima do percentil 90)
Recém-nascido macrossômico (peso ao nascimento maior ou igual a 4 kg)

Fontes:

Obesity and pregnancy: mechanisms of short term and long term adverse consequences for mother and child. BMJ 2017 Feb 8;356
Maternal overweight and obesity and the risk of congenital anomalies: a systematic review and meta-analysis. JAMA 2009; 301: 636
Maternal body mass index and the risk of fetal death, stillbirth, and infant death: a systematic review and meta-analysis. JAMA 2014; 311:1536.

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Lido 1284 vezes Última modificação em Quarta, 01 Maio 2019 09:37

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