Você sabia que a gordura visceral ou abdominal está intimamente relacionada às complicações metabólicas associadas ao excesso de peso, tais como doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, hipertensão e síndrome metabólica?
E esse tipo de gordura muito bem à prática regular de exercícios!
Uma perda de 5% do peso através de dieta reduz a gordura visceral em 13%, enquanto com exercício a perda alcança 21%!
Nesse final de ano, cuide com ingestão de bebidas alcoólicas! Não significa que você não possa beber nessa época. Simplesmente tente controlar a quantidade ingerida, intercalando a bebida com água. Planeje antecipadamente o quanto irá beber. Evite que sirvam enquanto o copo ainda não está vazio. Evite também coquetéis doces, preparados com açúcar, pois contêm uma quantidade grande de calorias sem dar saciedade. Além disso, quanto maior a ingestão de bebida alcoólica, maior a chance de exagerar no que você come.
Tanto quanto a epidemia de obesidade, tem crescido o número de indivíduos referindo dormir menos do que o desejado. De acordo com uma pesquisa nacional, cerca de 60% dos brasileiros dormem entre 4 a 6 horas e 75% reconhecem que estão dormindo pouco. Apesar de variações na definição, considera-se adequado para adultos uma média de 7 a 8 horas de sono por dia.
E qual a relação entre o sono e o peso?
Indivíduos que dormem pouco apresentam aumento da fome e da vontade por alimentos mais calóricos, como aqueles ricos em açúcares e gordura, em decorrência da redução dos níveis de leptina (hormônio que contribui para a saciedade) e aumento dos níveis de grelina (hormônio responsável por aumentar o apetite).
Além disso, centros de recompensa cerebrais são ativados quando dormimos pouco, fazendo com que tenhamos mais prazer quando em contato com determinado alimento e, consequentemente, menor controle sobre a ingestão alimentar.
Permanecer mais tempo acordado facilita a busca pelo alimento, o que também contribui para o aumento da ingestão calórica.
Ainda, dormir pouco bem como ter um sono fragmentado, com vários despertares noturnos, aumenta a sensação de cansaço e indisposição, reduzindo a probabilidade de o indivíduo engajar-se em atividades que aumentem o gasto calórico, como o exercício físico programado e as atividades de lazer.
Por fim, a privação crônica de sono leva à redução da produção de melatonina, hormônio que participa da síntese e ação da insulina, predispondo indivíduos suscetíveis a um maior risco de diabetes, ganho de peso e doenças cardiovasculares.
Dra Milene Moehlecke
Endocrinologista e Metabologista
CRM-RS 33068 RQE 25181
Referência
Obes Rev. 2017 Feb;18 Suppl 1:34-39
Conforme o Diabetes Prevention Program, um dos maiores estudos sobre este tema, houve uma redução de 58% no risco de diabetes tipo 2 nos pacientes que realizaram mudanças no seu estilo de vida em relação a uma redução de 30% no grupo de pacientes que recebeu metformina, uma medicação utilizada para controle da glicemia, durante aproximadamente 3 anos de acompanhamento.
As intervenções no estilo de vida tinham como objetivo:
- redução de 7% do peso inicial
- manter pelo menos 150 minutos de atividade física moderada
Quando cada meta foi avaliada individualmente, a perda de peso foi o principal preditor de redução na incidência de diabetes: para cada 1 kg de perda de peso, houve uma redução de 16% no risco de diabetes, conforme ilustrado na figura acima!
Dentre aqueles que conseguiram obter uma perda de peso superior a 7% combinada à meta de exercícios, a redução do risco foi superior a 90%!
Estes resultados reforçam o conceito de que não é necessário atingir um “determinado IMC ou peso ideal” para se obter benefícios em termos de saúde em geral. Neste estudo, indivíduos que conseguiram manter uma perda de 5 kg durante os 3 anos de acompanhamento apresentaram uma redução do risco de progressão para diabetes de 55%!
Já a prática regular de uma atividade física, além de contribuir para a manutenção de um menor peso no longo prazo, reduz o risco de diabetes independentemente da perda de peso!!
“A genética carrega a arma. O ambiente aperta o gatilho!” George Bray
Apesar de ter um componente genético para o seu surgimento, o gatilho da obesidade está no ambiente! Isso significa que o meio em que vivemos influencia, em muito, as nossas escolhas e hábitos de vida! Aproveite esse momento do ano mais reflexivo para repensar as suas prioridades e escolhas! Como você se vê em 20 anos?
Indivíduos com obesidade estão em maior risco de desenvolver asma, assim como a asma pode predispor à obesidade e a obesidade pode piorar o curso clínico da asma.
A maioria dos estudos sugere que o desenvolvimento de obesidade em indivíduos com diagnóstico prévio de asma modifica a evolução da doença, aumentando a gravidade da mesma e reduzindo a resposta ao tratamento.
A boa notícia é que uma perda modesta de 5 a 10% do peso corporal é suficiente para induzir melhora significativa dos sintomas e da qualidade de vida dos pacientes com asma.
Por que ocorrem variações do peso ao longo do dia? Essas oscilações podem variar de 1 a 2 kg entre o peso da manhã e o da noite. Desde ingestão de água, alimentos, bexiga cheia, intestino preso, são alguns dos fatores que influenciam no peso.
Por isso, o ideal é pesar-se sempre pela manhã, em jejum, sem roupas e após ir ao banheiro. Esse peso é mais estável e confiável!
O uso de biotina em fórmulas para melhorar o cabelo, a pele e as unhas tem sido cada vez mais comum. A biotina é uma vitamina do complexo B, também conhecida como vitamina B7, que, quando em alta concentração, pode interferir na dosagem de diversos hormônios, incluindo aqueles que avaliam o funcionamento da tireoide. Por isso, converse com o seu endocrinologista antes de realizar qualquer avaliação hormonal!
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