Quanto tempo de atividade física devo realizar por dia? A recomendação oficial para manutenção da saúde é a realização de pelo menos 30 minutos na maioria dos dias da semana.
Além disso, ficar parado por longos períodos de tempo no dia pode anular os efeitos positivos de 30 minutos de exercício. A inatividade prolongada está ligada à obesidade e ao diabetes, mesmo em pessoas ativas durante parte do dia!
Conforme a OMS, recomenda-se o consumo de cerca de 600 gramas de frutas e vegetais ao dia, idealmente metade de cada. Prefira, sempre que possível, a fruta in natura ao suco ou prefira sucos de frutas com menor teor de carboidrato, tais como limão, maracujá, acerola, morango.
Este, sem dúvida, é um medo frequente dos pacientes que iniciam um tratamento para perda de peso. “Efeito rebote” é popularmente reconhecido como a recuperação do peso após a suspensão da medicação para tratamento da obesidade.
Nesse sentido, o entendimento de que a obesidade é uma doença crônica com grande tendência à recidiva ao longo do tempo é fundamental.
A redução da ingestão alimentar (déficit calórico) necessária para induzir uma perda de peso acarretará uma série de adaptações, metabólicas e hormonais, que levarão ao aumento da fome e também do apetite. Estas adaptações ao processo de emagrecimento ocorrem com ou sem medicação, basta que o indivíduo emagreça para que elas aconteçam.
As medicações prescritas, em geral, auxiliam no controle sobre a ingestão alimentar aumentando a saciedade e/ou reduzindo o apetite. Considerando que estas medicações não atuam de forma definitiva no organismo, a suspensão das mesmas favorece sim o aumento da ingestão alimentar e com isso a recuperação do peso eliminado.
Por isso, o tratamento farmacológico costuma ser mantido no longo prazo, sob supervisão periódica com o médico especialista.
Respondendo então à pergunta inicial: Não são as medicações usadas para o tratamento da obesidade as responsáveis pelo “efeito rebote”, mas sim a suspensão das medidas instituídas até então para obtenção da perda de peso, e estas incluem controle da alimentação, realização regular de exercícios E medicamentos, somadas às mudanças hormonais que favorecem o retorno ao peso inicial.
Dentre os fatores de risco modificáveis para controle da pressão arterial (alimentação, redução do sódio, exercícios, consumo moderado de álcool e perda de peso), o emagrecimento é o que apresenta maior influência sobre a redução da pressão arterial. Para cada redução de 5% no peso, existe uma redução de 20 a 30% na pressão arterial!!!
Para pacientes com sobrepeso (IMC ≥27 kg/m²) e doenças associadas ou para aqueles com obesidade (IMC ≥30 kg/m²), as opções atualmente disponíveis para perda de peso são: liraglutida (Saxenda®), sibutramina e orlistate.
A metformina é uma medicação classicamente usada para o tratamento do diabetes tipo 2. Nestes pacientes, além do seu efeito antidiabético, alguns pacientes podem apresentar uma perda de peso discreta.
Os estudos que avaliaram o efeito da metformina sob a perda de peso como desfecho principal em pacientes SEM DIABETES mostraram resultados nulos ou reduções pouco expressivas de peso, com perdas variando entre 0,5 até 2 kg em relação ao placebo.
Por isso, a prescrição de metformina como agente primário para perda de peso não foi aprovada pela agência americana reguladora de medicamentos (FDA, Food and Drug Administration). Da mesma forma, as principais sociedades mundiais, Endocrine Society e American Association of Clinical Endocrinologists, assim como a ANVISA não recomendam o uso de metformina como monoterapia para pacientes com obesidade sem complicações metabólicas, uma vez que seu uso para indivíduos sem resistência à ação da insulina está associado a uma perda inferior a 5% do peso!
A terapia com metformina pode ser uma opção razoável para indivíduos com pré-diabetes, uma condição associada a maior risco de evolução para o diabetes, que não responderam satisfatoriamente a outras intervenções para perda de peso!
Por fim, a prescrição de medicamentos não aprovados para tratamento da obesidade com vistas ao emagrecimento (uso off-label) deve ser sempre individualizada, realizada por médicos com experiência no manejo da doença, mediante consentimento do paciente.
É comum o desejo dos pacientes de querer emagrecer e ganhar massa muscular simultaneamente.
Mas isso é possível?
Independentemente do tipo de intervenção realizada (dieta hipocalórica ou cirurgia bariátrica), a perda de peso invariavelmente associa-se à perda de massa muscular.
Portanto, a perda de massa magra é um evento esperado do tratamento. Entretanto, a proporção considerada tolerável é de até 20 a 30% de perda como massa muscular, sendo o restante de gordura. Perdas maiores associam-se a reduções mais significativas do metabolismo, o que pode dificultar a manutenção do novo peso no longo prazo, além de aumentar a flacidez, um efeito que clinicamente é bastante indesejado.
Embora seja difícil de evitá-la, algumas estratégias podem minimizar esta perda, tais como a prática regular de exercícios, em especial os de força, como a musculação, durante o processo de emagrecimento e uma ingestão adequada (não excessiva) de proteínas de alto valor biológico!!
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