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O câncer de mama é o segundo tipo mais frequente de câncer no mundo e o mais comum entre as mulheres. Além disso, a maior causa de morte por câncer nos países em desenvolvimento como o Brasil.

No Brasil, depois do câncer de pele não melanoma, o câncer de mama responde por cerca de 25% dos novos casos de câncer a cada ano. Ainda no Brasil, em 2016, são esperados 57.960 casos novos de câncer de mama, com um risco estimado de 56,20 casos a cada 100 mil mulheres. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, esse tipo de câncer é o mais frequente nas mulheres da Região Sul do país.

Além dos fatores de risco clássicos, como envelhecimento, fatores relacionados à vida reprodutiva da mulher (mulheres que não tiveram filhos ou primeira gestação após os 30 anos), história familiar de câncer de mama e alta densidade do tecido mamário, fatores como o consumo excessivo de álcool, excesso de peso, sedentarismo e alimentação inadequada são considerados agentes potenciais para o desenvolvimento desse câncer.

A prática regular de atividade física e a alimentação saudável com a manutenção do peso corporal estão associadas a uma diminuição de aproximadamente 30% do risco de desenvolver câncer de mama.

Um maior índice de massa corporal (IMC) bem como o ganho de peso durante o climatério (período de transição para a menopausa) são considerados fatores de risco para o surgimento do câncer de mama.

Conforme estudos prévios, mulheres que apresentaram ganho de 10 kg ou mais após a menopausa tiveram um risco 1,18 vezes maior de câncer de mama quando comparadas àquelas que mantiveram seu peso normal.

Uma série de estudos sobre o risco de câncer de mama e o IMC mostrou que, para cada aumento em 5 kg/m² no IMC, um indicador de excesso de gordura geral, ocorreu um aumento de 12% no risco de câncer de mama em mulheres após a menopausa.

O mecanismo proposto para o aumento do risco nestas mulheres parece ser a inflamação crônica sistêmica, alterações hormonais e metabólicas, além do excesso de estrogênios endógenos oriundos do tecido adiposo.

Em relação ao aumento da circunferência da cintura e o risco de câncer de mama, uma revisão incluindo 15 estudos avaliou o risco de câncer tanto em mulheres na pré- como aquelas após a menopausa, levando em consideração também o IMC atual.

Esta revisão encontrou um aumento de 5% no risco de câncer de mama para cada aumento em 10 cm na circunferência da cintura para mulheres em idade reprodutiva e um aumento de 9% para aquelas na menopausa.

É provável que a circunferência abdominal seja um melhor preditor de risco de câncer de mama do que o IMC em si, tendo em vista ser a gordura visceral (ou abdominal) a principal fonte de marcadores inflamatórios e distúrbios hormonais responsáveis pelo surgimento do câncer.

Referências:

1.Inca 2016: http://www.inca.gov.br/estimativa/2016/estimativa-2016-v11.pdf

2.Adult weight change and risk of postmenopausal breast cancer. JAMA. 2006;296(2):193.

3.Weight change in adulthood and risk of postmenopausal breast cancer: the HUNT study of Norway.

4.Br J Cancer. 2013 Sep;109(5):1310-7. Epub 2013 Jul 23.

5. Central obesity and risks of pre- and postmenopausal breast cancer: a dose–response meta-analysis of prospective studies. Obes Rev. 2016 Nov;17(11):1167-1177

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O conceito de restrição calórica intermitente ou jejum intermitente tem ganhado notória popularidade entre pesquisadores e o público em geral.

Caracteriza-se por um período de jejum ou de uma restrição alimentar significativa, mais comumente entre 1 a 4 dias por semana, intercalado por uma dieta normal.

Experimentos com animais têm obtido resultados promissores com o jejum intermitente:

1. Melhor mobilização de gordura;

2. Modulação favorável da flora intestinal;

3. Aumento da sensibilidade à insulina com redução da glicemia;

4. Redução da inflamação sistêmica.

Além disso, resultados iniciais realizados em animais mostraram ainda uma redução no risco de doenças crônicas, como diabetes, câncer, doença neurodegenerativa e doença cardiovascular.

Entretanto, em humanos, as evidências são escassas, e o que se tem são extrapolações dos benefícios obtidos em animais e estudos com um número muito limitado de pacientes.

Dessa forma, algumas perguntas devem ser respondidas antes que tal prática seja amplamente recomendada:

1. A restrição calórica intermitente induz melhora metabólica superior à restrição calórica contínua?

2. A restrição calórica intermitente induz maior perda de peso e/ou de massa gorda quando comparada à restrição calórica contínua?

3. A restrição calórica intermitente facilita a manutenção do peso em médio e longo prazo em relação à restrição calórica contínua?

Os resultados até o momento sugerem que o efeito da restrição alimentar intermitente parece ser similar ao obtido com as dietas convencionais hipocalóricas. Cabe ressaltar que o número de estudos publicados bem como o número de pacientes avaliados em cada estudo é ainda limitado para conclusões definitivas.

Referências:

1.Do intermittent diets provide physiological benefits over continuous diets for weight loss? A systematic review of clinical trials. Molecular and Cellular Endocrinology (2015).

2.Intermittent fasting and human metabolic health. J Acad Nutr Diet. 2015; 115(8): 1203–1212

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Terça, 23 Agosto 2016 13:50

Metformina na gestação

Denomina-se diabetes gestacional à hiperglicemia que é evidenciada pela primeira vez na gestação, podendo persistir ou não após o parto.

Este tipo de diabetes ocorre entre 5 a 30% das gestações, conforme a etnia, a população e o critério diagnóstico utilizado. O aumento progressivo deste tipo de diabetes nos últimos anos tem ocorrido em paralelo ao maior ganho de peso antes e durante a gestação em mulheres em idade reprodutiva.

O diabetes na gestação pode trazer complicações tanto para a mãe (cesariana e pré-eclâmpsia) quanto para o feto (aborto, prematuridade, crescimento excessivo e hipoglicemia após o parto).

O tratamento atual para mulheres com este tipo de diabetes consiste no controle alimentar associado à atividade física. A insulina é reservada para os casos com pouca resposta à reeducação alimentar e ao exercício. Entretanto, o uso de insulina está associado ao risco de hipoglicemia materna e fetal e ao ganho de peso.

Dessa forma, a metformina, medicação usualmente usada para pacientes com diabetes tipo 2, é uma alternativa com mínimo risco de hipoglicemia, sendo distribuída gratuitamente nas redes de Farmácia Popular e nas Unidades Básicas de Saúde.

Uma revisão que incluiu 9 estudos avaliou o uso de metformina em 351 mulheres no primeiro trimestre da gestação e não encontrou diferenças em relação àquelas que receberam placebo nas taxas de malformações congênitas.

Portanto, para mulheres que não responderam adequadamente ao tratamento com dieta e exercício e que não desejam a terapia com insulina, a metformina é uma opção segura, efetiva e de mais simples administração.

Confira abaixo os principais fatores de risco para o diabetes gestacional:

1.Índice de massa corporal (IMC) maior ou igual a 30 kg/m²;

2.Nascimento prévio de filho com mais do que 4 kg;

3.Diabetes gestacional em gestação anterior;

4.História de diabetes em familiares de primeiro grau.

Fontes:

1.Diabetes in pregnancy: management from preconception to the postnatal period. National Institute for Health and Clinical Excellence (NICE) 2015.

2.First-trimester exposure to metformin and risk of birth defects: a systematic review and meta-analysis. Hum Reprod Update. 2014 Sep-Oct;20(5):656-69. doi: 10.1093/humupd/dmu022. Epub 2014 May 25.

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O exercício físico tem papel fundamental tanto na prevenção quanto no tratamento de pacientes com diabetes tipo 2. Apesar de sua relevância, cerca de um terço dos pacientes com diabetes tipo 2 não realizam qualquer atividade física.

A realização regular de atividade física na maioria dos dias da semana é capaz de reduzir a incidência (novos casos) de diabetes, sobretudo em pacientes de maior risco para a doença, como aqueles com excesso de peso e história familiar da doença.

O exercício aeróbico associado ao de resistência está associado à redução da hemoglobina glicada (exame que avalia a média da glicemia dos últimos 3 meses) de até 1%, efeito semelhante a muitas medicações disponíveis para o tratamento da doença. Reduções maiores da hemoglobina glicada podem ocorrer quando os exercícios são realizados com duração superior a 150 minutos por semana.

A seguir, algumas recomendações da Sociedade Brasileira de Diabetes sobre o momento ideal, frequência, tipo e duração ideais de exercícios para pacientes com diabetes tipo 2:

1. Momento ideal

O melhor momento para a realização de atividade física é cerca de 30 minutos após uma refeição, quando a glicose ingerida será utilizada como substrato energético, evitando o aumento da glicose após a refeição (hiperglicemia pós-prandial).

2. Frequência

A recomendação atual é de atividade aeróbica diariamente, ou pelo menos 3 dias da semana, sem permanecer mais de 2 dias sem realizá-la, associada a exercícios de resistência pelo menos duas vezes por semana.

3. Tipo de exercício

Exercício aeróbico: exercícios de maior duração, repetitivos e de baixa resistência, envolvendo grandes grupos musculares.

Exemplos: caminhada, ciclismo, corrida e natação.

Exercício de força/fortalecimento muscular: engloba exercícios de curta duração, intensidade máxima ou submáxima, alta resistência e com poucas repetições, envolvendo poucos grupos musculares.

Exemplos: musculação (com carga), exercícios que usem o peso do próprio corpo.

Exercícios de flexibilidade (alongamento, pilates) também devem ser contemplados, pois nos pacientes com diabetes há redução da flexibilidade, tanto pela ação deletéria da hiperglicemia crônica sobre as articulações, quanto pelo efeito do envelhecimento.

4. Duração

A recomendação atual preconiza a realização de 30 a 60 minutos de exercício aeróbico de intensidade moderada, totalizando pelo menos 150 minutos semanais ou 75 minutos de exercício aeróbico de alta intensidade por semana.

Para melhora do controle glicêmico, as evidências sugerem que a intensidade do treinamento é mais importante do que o volume total de exercícios realizados na semana.

Por fim, importante ressaltar que todo paciente desejando começar a prática de atividade física deve procurar seu médico de referência para avaliação geral, realização de exames quando indicado, e orientações quanto à prescrição da atividade física individualizada.

Além disso, os exercícios devem ser preferencialmente supervisionados por educador físico para sua correta realização, minimizando o risco de lesões osteoarticulares.

Fontes:

1. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2015-2016.

2. Exercise and type 2 diabetes: the American College of Sports Medicine and the American Diabetes Association: joint position statement. Diabetes Care. 2010 Dec;33(12):e147-67.

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Há mais de uma década, estudos realizados em animais têm demonstrado as consequências do uso de adoçantes, a maioria sob a forma de refrigerantes diet, zero ou outras bebidas adoçadas artificialmente, sobre a ingestão alimentar e o controle do peso.

As evidências oriundas de estudos em animais expostos a uma ingestão regular de bebidas adoçadas artificialmente com sacarina, sucralose, acessulfame de potássio e aspartame, por exemplo, mostram uma série de efeitos indesejáveis sobre o peso, a composição corporal e o perfil metabólico, como:

1.Maior consumo de alimentos;

2.Menor termogênese após uma refeição, isto é, menor gasto calórico para a digestão do alimento;

3.Maior ganho de peso;

4.Maior percentual de gordura corporal, sobretudo abdominal (visceral);

5.Maior glicemia de jejum e hiperinsulinemia (mecanismos relacionados ao surgimento do diabetes tipo 2).

Já os resultados de estudos realizados em humanos não são uniformes em relação aos efeitos dos adoçantes artificiais sobre o peso e alterações metabólicas.

As evidências atuais sugerem que usuários regulares de adoçantes apresentam maior ganho de peso, sobretudo maior aumento da circunferência abdominal, e maior risco de complicações metabólicas relacionados ao excesso de peso, como hipertensão arterial, diabetes tipo 2, doença coronariana, acidente isquêmico transitório, depressão, dentre outros.

Estes achados permaneceram significativos mesmo após o controle de possíveis fatores confundidores das análises como peso no início do estudo, prática de atividade física, ingestão de bebida alcoólica, etc.

Vários são os mecanismos responsáveis por tais efeitos adversos:

1.Redução na liberação de GLP1 (hormônio intestinal liberado após uma refeição associado à regulação da glicose e à saciedade);

2.Estímulo e inibição de genes do tecido adiposo envolvidos no controle do peso;

3.Ativação do comportamento de recompensa por alimentos doces após estímulo com adoçantes artificiais, mecanismo semelhante à dependência química;

4.Discordância entre o conteúdo calórico do alimento e o seu sabor doce, levando ao “engano” do cérebro e à maior procura por alimentos com maior conteúdo energético para compensar a ausência de calorias dos alimentos adoçantes;

5.Efeitos negativos sobre a flora intestinal.

Em relação à alteração da flora intestinal, estudos recentes em humanos têm sugerido que a ingestão de altas doses de sacarina e aspartame, por exemplo, têm causado desregulação do controle da glicose, predispondo ao pré-diabetes e ao diabetes tipo 2. O mecanismo aventado é a indução de ácidos graxos de cadeia curta pela flora intestinal, que serviriam de substrato para a produção de glicose.

Fontes:

1.Low-calorie sweetener use and energy balance: Results from experimental studies in animals, and large-scale prospective studies in humans. Physiol Behav. 2016 Apr 26. pii: S0031-9384(16)30184-6.

2.Sucralose Promotes Food Intake through NPY and a Neuronal Fasting Response. Cell Metab. 2016 Jul 12;24(1):75-90.

3.Low Calorie Sweetener use and energy balance. Physiol Behav. 2016 Apr 7. pii: S0031-9384(16)30111-1

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Sexta, 24 Junho 2016 13:45

Hipertireoidismo

Hipertireoidismo corresponde ao funcionamento exagerado da glândula tireoide com manifestações clínicas secundárias à produção hormonal excessiva.

Pacientes com hipertireoidismo franco costumam apresentar uma constelação de achados clássicos, como tremor nas mãos, palpitações, intolerância ao calor, aumento da sudorese, perda de peso com apetite normal, aumento da ansiedade, labilidade emocional, fraqueza intensa, dentre outros.

Já pacientes com hipertireoidismo leve podem apresentar sintomas mais brandos, restritos a uma ou poucas áreas do organismo.

Todo paciente com perda de peso sem causa aparente, distúrbios menstruais, ginecomastia (aumento da glândula mamária em homens) e arritmia cardíaca (por fibrilação atrial) deveria ser avaliado para a possibilidade de hipertireoidismo.

Em idosos, predominam os sintomas relacionados ao coração e ao pulmão, como palpitação e falta de ar aos esforços.

As principais causas incluem:

1.Doença de Graves (doença autoimune da tireoide)

2.Adenoma de Plummer (nódulo único de funcionamento autônomo, levando a maior produção de hormônios pela glândula, independente de outros estímulos sobre a tireoide)

3.Bócio multinodular tóxico (tireoide com múltiplos nódulos com funcionamento autônomo)

A avaliação inicial inclui dosagens dos hormônios que regulam a tireoide (TSH, hormônio estimulador da tireoide ou, do inglês thyroid-stimulating hormone) e dos hormônios produzidos pela tireoide (T4 e T3).

O diagnóstico pode ser estabelecido na maioria das vezes com base na apresentação clínica, nos achados ao exame físico, associados aos exames hormonais.

Quando a avaliação inicial não permite identificar a causa subjacente, exames adicionais podem ser realizados, como a captação de iodo radioativo pela tireoide e a dosagem de anticorpos, como o TRAb (hormônio estimulador do receptor de TSH na tireoide).

O tratamento depende da causa subjacente do hipertireoidismo bem como da gravidade da doença inicial, devendo ser individualizado.

As opções disponíveis no mercado incluem:

1. Medicamentos que bloqueiam a síntese hormonal;

2. Iodo radioativo, causando uma ablação (destruição) da glândula tireoide;

3. Cirurgia (tireoidectomia total ou subtotal, retirada total ou subtotal da glândula tireoide).

Fonte:

1.Disorders that cause hyperthyroidism. UpToDate, May 2016.

2.Highlights of the Guidelines on the Management of Hyperthyroidism and Other Causes of Thyrotoxicosis. THYROID. Volume 21, Number 6, 2011

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Grande parte do aumento na prevalência de sobrepeso (IMC ≥ 25 kg/m²) e obesidade (IMC ≥ 30 kg/m²) tem ocorrido pelo consumo alarmante de alimentos densamente energéticos e altamente palatáveis, normalmente alimentos de menor custo, maior durabilidade (menos perecíveis) e de maior praticidade, como aqueles contidos em lanches rápidos (doces, folhados, bolachas recheadas, guloseimas em geral) e refrigerantes.

Tendo em vista tal tendência, muitos estudos têm procurado avaliar qual a dieta ideal para tratamento da obesidade: dietas com pouco carboidrato versus dietas com menos gordura versus dietas hiperproteicas, por exemplo.

Nas dietas com pouco carboidrato, conhecidas como (“Low-carb”), o maior percentual de energia da dieta deriva de proteínas e gorduras, com restrição variável à quantidade de carboidratos. Tais dietas tem sido amplamente defendidas por mostrarem maior redução de peso em curto prazo (primeiros seis meses). Entretanto, a perda de peso com estas dietas em relação às demais ao final de 1 ano ou mais de tratamento são bastante semelhantes.

Para avaliar se as dietas “low carb” modificam a composição corporal (percentual de massa gorda), uma revisão avaliou 14 estudos que foram publicados sobre o tema, totalizando 1416 pacientes com obesidade.

Os resultados mostraram que as dietas com pouco carboidrato levaram à maior redução de peso e também à maior redução de massa gorda dentro de um ano. Interessante nessa revisão é o fato de que após 12 meses de dieta, a redução da massa gorda permaneceu estatisticamente superior às demais dietas.

Então, de fato, as dietas ditas “low carb” são bastante efetivas no curto e médio prazos (até 1 ano) para redução de peso e de massa gorda em pacientes com obesidade. Após esse período, elas parecem manter a efetividade sobre a redução de massa gorda.

Fonte:

1.Impact of low-carbohydrate diet on body composition: meta-analysis of randomized controlled studies. Obesity Reviews 2016, 17 (6): 499–509.

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Quarta, 18 Maio 2016 13:37

Menos açúcar, mais saúde

Conforme dados da pesquisa nacional VIGITEL, um a cada 5 brasileiros consome doces e refrigerantes em excesso, sendo maior o percentual entre adultos com menos de 30 anos.

Ainda conforme a mesma pesquisa, a frequência de consumo regular de frutas e hortaliças é de apenas 36,5%, sendo menor em homens (29%) e em jovens.

Atualmente, 1 a cada 2 brasileiros está acima do peso. O problema é maior entre aqueles com menor escolaridade (0 a 8 anos de estudos) em relação àqueles com 12 ou mais anos de estudo.

Os americanos lideram o ranking com a maior prevalência de adultos com excesso de peso: 2 a cada 3 americanos. Entretanto, o percentual de pessoas acima do peso nos últimos anos tem crescido de forma mais pronunciada nos países em desenvolvimento, como o Brasil.

A obesidade é fator de risco reconhecido para uma série de doenças incluindo diabetes, hipertensão arterial, doença coronariana, acidente isquêmico cerebral, dentre outros.

Além disso, 8,5% da população mundial é portadora de diabetes, sendo a média nacional de 7,4%. Porto alegre é a segunda capital com a maior prevalência de diabetes, com uma média de 8,7%.

Em 2016, o Departamento de Saúde Americano desenvolveu um material (diretriz) com orientações nutricionais para auxiliar os americanos nas escolhas para uma alimentação mais saudável.

Abaixo, confira algumas dicas importantes:

1.Consuma menos de 10% das calorias sob a forma de açúcares adicionados

Açúcares adicionados ou em adição são aqueles acrescentados aos alimentos, normalmente oriundos de produtos processados ou ultraprocessados.

Por exemplo, o achocolatado contém o açúcar natural do leite (lactose) além do chocolate em pó. Alimentos ricos em adição de açúcar são pobres em nutrientes.

Se a sua dieta é de 2000 kcal, consuma menos de 200 kcal (10%) - equivalente a 50 gramas de açúcar por dia.

2.Beba água ou bebidas sem calorias.

Se você ingere café, reduza a quantidade de açúcar adicionado. Se você não está habituado a ingerir água, procure preparar variações como água aromatizada.

3.Aprenda a identificar os açúcares adicionados

Os fabricantes usam muitas formas de açúcares e às vezes não fica claro se o produto contém grande quantidade de açúcar em adição. Habitue-se a ler rótulos: evite alimentos que contenham na descrição: sacarose, xarope de agave, xarope de glicose, dextrose, maltodextrose, maltodextrina, açúcar invertido.

Principais fontes de açúcar em adição: refrigerantes, sucos artificiais, bebidas esportivas ou isotônicas (gatorade, sportdrink, powerade), sorvete, bolos, tortas.

4. Os ingredientes estão descritos em ordem decrescente conforme a sua quantidade no alimento.

Por exemplo, um pão integral que apresente em sua composição como primeiro ingrediente farinha de trigo enriquecida com ferro e ácido fólico contém em maior quantidade farinha branca (de trigo).

5.Fique atento na hora das compras no mercado: os alimentos densamente calóricos, ricos em açúcares são normalmente distribuídos na parte central do mercado.

Os alimentos mais saudáveis como frutas, carnes magras e sem gordura ou de baixo teor de gordura e produtos lácteos normalmente são distribuídos na periferia do mercado.

Fontes:

1. VIGITEL Brasil 2014 e 2015

2. Dietary Guidelines 2015 - 2020;

3. JAMA March 15, 2016 Volume 315, Number 11

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Domingo, 01 Maio 2016 13:36

Mais é Menos

A inatividade física é um conhecido fator de risco modificável que contribui para uma série de doenças responsáveis pelo aumento da mortalidade geral.

Conforme estatísticas mundiais, um a cada 3 adultos e quatro a cada 5 adolescentes não fazem atividade física conforme as recomendações.

A realização de atividade física de forma regular é fundamental para a prevenção e tratamento de diversas doenças crônicas, como diabetes tipo 2, hipertensão arterial, doença coronariana e a sarcopenia (perda de massa muscular) relacionada à idade.

O exercício pode ser classificado em 2 modalidades distintas: 1. aeróbico e 2. resistido, com respostas metabólicas distintas.

Exercício aeróbico consiste em exercícios de maior duração, repetitivo e de baixa resistência, como ciclismo, corrida e natação. Já o exercício resistido engloba exercícios de curta duração, intensidade máxima ou submáxima, alta resistência e com poucas repetições, como a musculação.

Embora ambas as modalidades forneçam benefícios em diversos aspectos relacionados à saúde, os efeitos predominantes de cada tipo de exercício são descritos abaixo (Tabela).

Por exemplo, o exercício aeróbico mais efetivamente reduz os fatores de risco cardiovascular, enquanto o exercício resistido melhora de forma mais importante a taxa metabólica de repouso, a massa magra e a capacidade para realização de exercícios em pacientes mais idosos. Entretanto, uma combinação de ambos os tipos de exercício parece mais efetiva para a redução da resistência à ação da insulina (responsável pelo surgimento do diabetes tipo 2) e para o controle do diabetes tipo 2.

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Domingo, 17 Abril 2016 13:35

Estatinas e o risco de diabetes

Apesar do benefício comprovado em reduzir eventos cardiovasculares e mortalidade em pacientes com doença cardiovascular estabelecida ou em risco para estes desfechos, o uso de estatinas, medicações amplamente prescritas para controle do colesterol, tem sido associado a uma maior incidência (novos casos) de diabetes.

Os estudos que mostraram um aumento no risco de diabetes entre os usuários de estatinas incluíram pacientes com vários fatores de risco cardiovascular já no início do estudo, tais como hipertensão, tabagismo, excesso de peso, dentre outros, que são fatores reconhecidamente associados ao aumento do risco de diabetes.

Em 2012, um estudo (JUPITER trial) avaliando o uso de estatinas em pacientes sem doença cardiovascular (prevenção primária) mostrou um aumento de 26% no diagnóstico de diabetes de início recente em pacientes com múltiplos fatores de risco que receberam a medicação.

No mesmo ano, o FDA (Food and Drug Administration) fez um alerta quanto ao risco de diabetes com o uso destas medicações.

Cabe ressaltar que existe uma associação entre o uso de estatinas e o risco de diabetes em pacientes com múltiplos fatores de risco. Entretanto, não existe uma relação de causalidade entre a medicação e o surgimento da doença, apenas evidências mostrando uma associação. Se essas medicações realmente podem causar diabetes e os mecanismos pelos quais elas causariam hiperglicemia permanecem desconhecidos até o momento.

Uma revisão sistemática que incluiu 13 estudos (totalizando 91.140 pacientes) analisou a associação entre o surgimento de diabetes e a terapia com estatina. Essa revisão encontrou um risco 9% maior de desenvolver diabetes comparado aos pacientes que não fizeram uso da medicação. O risco foi maior entre os pacientes com idade mais avançada.

Importante frisar que são necessários 255 pacientes tratados com estatina durante 4 anos para que um desenvolva diabetes! Portanto, o risco absoluto é muito baixo. Já o benefício oferecido ao paciente com a medicação em termos de redução de eventos cardiovasculares (infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral) é muito maior do que o risco atribuído a estas medicações.

Para avaliar a associação entre o uso de estatinas e o risco de diabetes em pacientes saudáveis, um estudo americano revisou os prontuários de 25.970 pacientes sem fatores de risco cardiovasculares entre 2003 e 2012 e encontrou um risco 1,87 vezes maior de desenvolver diabetes em relação aos que não usaram a medicação.

Portanto, a relação entre o uso de estatinas e o risco de diabetes existe, ainda que o risco seja muito baixo. Importante considerar a relação risco-benefício da prescrição dessas medicações em pacientes com baixo risco cardiovascular, sobretudo naqueles com idade mais avançada.

Fonte:

1.Rosuvastatin to prevent vascular events in men and women with elevated C-reactive protein. N Engl J Med 2008; 359:2195–2207.

2.Food and Drug Administration. FDA Drug Safety Communication: Important safety label changes to cholesterol-lowering statin drugs. [Internet]. http://www.fda.gov/Drugs/DrugSafety/ucm293101.htm. 2012 [cited 2012 Mar. 1]

3.Statins and risk of incident diabetes: a collaborative meta-analysis of randomised statin trials. Lancet 2010; 375:735–742.

4.Statins and New-Onset Diabetes Mellitus and Diabetic

Complications: A Retrospective Cohort Study of US Healthy Adults. J Gen Intern Med 2015 Nov;30(11):1599-610

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